Muito temos ouvido falar sobre metaverso e as possibilidades inovadoras que ele traz em experiências e em interação entre pessoas, assim como entre pessoas e marcas. Empresas estão adquirindo espaços virtuais e até já pensam em produtos que podem ser comercializados para utilização dentro ou fora do mundo cibernético. Se existe uma relação entre consumidores e empresas, é necessário se pensar em atendimento ao cliente.
Como
seria então essa relação entre os Contact Center e os consumidores em um mundo
completamente virtual?
Já
temos algumas pistas se pensarmos em nossa relação com as redes sociais. Todo
esse ambiente digital no qual navegamos hoje domina um percentual muito grande
do nosso dia. De acordo com pesquisa realizada pela plataforma de descontos Cupom
Válido, dois dos três maiores usuários de redes sociais do mundo
estão na América Latina: Brasil e Colômbia, em segundo e terceiro lugares,
respectivamente. Mesmo que esta relação ainda não contenha um universo único e
fluido, já são realizados experimentos nestes ambientes. Não à toa, Zuckerberg
modificou o nome de sua empresa para Meta.
Dentro
desses ambientes já existem iniciativas bem concretas de Customer Experience
(CX). Representantes de relacionamento com clientes, sejam humanos ou bots,
estão constantemente respondendo consumidores em suas dúvidas ou reclamações,
já que nas redes sociais o estrago de imagem pode ser grande, caso haja falta
ou inabilidade nas respostas.
Quando
pensamos em CX hoje, já incluímos tudo o que é experiência iniciada por
qualquer tipo de porta de entrada digital – sejam ferramentas de busca, sites,
as próprias redes sociais e-mails, entre outros – pela qual os clientes tentem
se comunicar com as companhias. Se eu quero orquestrar a jornada desse
consumidor, não importa por onde ele se conecte para alcançar informação. Eu
devo estar lá, pronto para atendê-lo.
As
empresas podem conduzir este processo ao estarem disponíveis nos diversos
canais, sejam digitais já consolidados ou no metaverso. É importante que elas
estejam presentes, tenham um ponto de contato no caso de o cliente querer falar
ou consumir em todos os ambientes habitados por ele. Precisamos estar prontos
para ouvir!
Por
isso, uma plataforma de CX deve ter capacidade de captar esses eventos de
necessidade e ter mecanismos para responder ao consumidor. Isso pode acontecer
tanto pela disponibilidade de informações relevantes e contextualizadas, quanto
pela interação conversacional por bots ou pelo acesso a um agente humano. Essa
conectividade deve garantir uma comunicação através do meio e do formato mais
convenientes ao cliente. O metaverso é mais um desses meios de conectividade e
interação.
Neste
caso, podemos dizer se tratar de um canal super digital, no qual o consumo tem
potencial para ocorrer nesse mesmo meio. Não é apenas a interação que ocorre
digitalmente, mas o uso do produto e do serviço. Isso significa, para empresas
e para áreas responsáveis pelo CX, uma necessidade de estender o alcance dos
canais já existentes para chegar ao metaverso, ter agentes que atendam também
nesse ambiente.
A
jornada dos indivíduos no metaverso, assim como nos ambientes físico e digital
já conhecidos pelas empresas, também cria eventos de necessidade. São esses
eventos que as tecnologias de CX disponíveis hoje utilizam para viabilizar
tanto a execução quanto a gestão da experiência. Um cliente de uma loja de
roupas no metaverso, pode ter dúvidas, desejar orientação, tanto antes quanto
depois da compra. As interfaces de relacionamento, sejam elas atendidas por
pessoas ou bots, interagem por interfaces de comunicação dentro desse ambiente.
Se a experiência não for satisfatória, o cliente terá outras lojas ao alcance
para prestigiar de acordo com sua conveniência. Assim como no mundo físico dos
shopping centers, a fidelidade também estará atrelada à qualidade da
experiência.
Seja
para consumo de artefatos ou para vivenciar experiências individuais ou
coletivas, o CX continua a acompanhar cada um de nós no digital. Continuamos
sendo humanos e seguimos desejando, sentindo e nos relacionando como tal no
metaverso, seja com outras pessoas ou com marcas. Neste novo universo, as
relações construídas seguem sendo mais importantes do que nunca.
Ingrid Imanishi - Diretora de Soluções Avançadas da NICE.
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