A hiperautomação é uma combinação de tecnologias e conhecimentos usados para automatizar processos de trabalho, tornando o modelo do negócio ágil para auxiliar gestores a tomar decisões precisas e rápidas. A implantação desses sistemas ajuda a economizar milhares de horas de trabalho em operações repetitivas, reduzem significativamente os custos e minimizam muito as taxas de erro de processos complexos de análises de dados.
A hiperautomação também se refere à aplicação de
tecnologias avançadas, como a Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning
(ML), automatizando processos mais complexos e potencializando os humanos a
enxergar mais soluções.
A maturidade da IA e aprendizado de máquina,
permite adicionar uma camada de inteligência a uma série de tecnologias já
consolidadas na indústria (RPA, Case Management), para criar um ecossistema de
soluções E2E (End-to-end, ou ponta-a-ponta), destinado a automatizar processos
dentro dessas soluções que, até pouco tempo necessitavam uma participação
humana ativa.
Nos próximos anos, os analistas de mercado preveem
um grande crescimento da hiperautomação ou automação inteligente, também
chamada de RPA (Robotic Process Automation, ou Automação de Processos
Robóticos, da sigla em inglês).
Segundo o Gartner, ainda em 2022, 65% das
organizações vão implementar RPAs com uma camada de Inteligência Artificial,
incluindo aprendizado de máquina, aplicações low code e processamento de
linguagem natural. Além disso, a pesquisa também afirma que, até 2024, a
combinação dessas tecnologias com o redesenho de processos terá permitido às
organizações reduzir seus custos operacionais em 30%.
Em um contexto de digitalização acelerada, uma
empresa eleva seus status em inovação ao incluir em sua visão de futuro uma
estratégia de automação avançada. Dessa forma ela padroniza processos,
trabalhando os dados de forma mais otimizada e oferece uma melhor experiência
aos clientes.
É importante destacar que o objetivo da
hiperautomação não é substituir o trabalho das pessoas, mas apoiá-las na
melhoria de processos. Nenhuma tecnologia pode substituir a capacidade do ser
humano de interpretar informação, aplicar lógica e tomar decisões. O propósito da
hiperautomação é colocar o conhecimento obtido pelo ecossistema tecnológico a
serviço das pessoas, a fim de melhorar sua capacidade de tomada de decisões
críticas.
Dessa maneira, as pessoas com conhecimento sobre o
negócio da empresa podem se basear na informação de valor extraída pelo
ecossistema inteligente, o que dá lugar a organizações ágeis, eficientes e
capazes de utilizar o conhecimento obtido para uma tomada de decisões precisa.
Graças à hiperautomação, as administrações públicas
conseguem gerir incidentes de forma rápida, reduzindo gastos, ajudando a
melhorar os serviços aos cidadãos. Empresas de energia conseguem otimizar a
proteção de seus ativos e infraestruturas. As seguradoras e bancos também se
beneficiam com reduções significativas nos processos de registro e comunicação
com seus clientes.
Assim, por exemplo, a robotização da gestão de
incidentes por vulnerabilidades de ativos em uma grande operadora de
telecomunicações permitiu liberar 6.000 horas de trabalho por ano e obter uma
taxa de erro de 0%. Da mesma forma, uma solução de download massivo para
modelos de declaração de imposto conseguiu reduzir o tempo de operação de 10
minutos para segundos e reduzir a taxa de erro em 98%.
Outro exemplo foi o de uma agência tributária, onde
trabalhamos na elaboração e aplicação de uma estratégia de hiperautomação a fim
de detectar fraude fiscal. Antes da implantação, os analistas da agência
buscavam possíveis fraudes cometidas em escrituras, contratos, documentos
judiciais, faturas e outros documentos administrativos.
Usando métodos tradicionais, como busca e
identificação de padrões, por exemplo, a possibilidade de passar
irregularidades fiscais era elevada, devido ao enorme volume de informações a
ser verificado manualmente. Depois da solução de hiperautomação ser implantada,
o sistema analisa todos os documentos e cerca 57% são separados como suspeitos.
Esses documentos suspeitos são passados aos analistas para comprovação. E, em
cerca de 80% desses documentos, o sistema acertava que estavam cometendo alguma
ilegalidade fiscal.
Usando as tecnologias certas para cada tipo de
problema, a hiperautomação ajuda os clientes de forma mais rápida, economiza
tempo, reduz custos nos processos e libera as pessoas para tarefas mais
estratégicas para pensar em novas soluções, mantendo a empresa sempre
inovadora.
Marcus Luz Diretor Executivo de
Tecnologias Digitais da Minsait no Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário