A
psicologia reversa é uma ferramenta utilizada para influenciar a decisão de
alguém tanto em âmbito pessoal quanto profissional. É uma técnica de persuasão
que faz com que a pessoa realize o oposto do que pretendia fazer ao ser
influenciada por outra pessoa.
Após
o período de pandemia, a psicologia reversa pode ter se tornado ainda mais
importante. Para se ter ideia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo.
Além
disso, a pandemia provocou um aumento global em distúrbios como ansiedade e
depressão. De acordo com um estudo publicado no periódico científico The
Lancet, foram 53 milhões de novos casos de depressão e 76 milhões de ansiedade
em 2020.
Também
de acordo com a OMS, o índice global de transtorno de ansiedade e depressão
aumentou 25%, durante o primeiro ano de pandemia. Nesse cenário, a psicologia
reversa pode ser de grande ajuda.
No
que consiste a psicologia reversa?
As
formas mais eficazes de utilizar a psicologia reversa consistem em:
fazer perguntas que podem ou não ser desafiadoras e também sugestões. Exemplo:
Aposto que você não consegue fazer este cálculo. Isso vai desafiar a pessoa e
fazer com que ela prove que ela é capaz. Já as sugestões: será que você poderia
me auxiliar? Essa pergunta vence a resistência de pessoas que não conseguem
receber ordens.
Utilização
do não: “Você não consegue me ajudar?”. Essa
pergunta, faz com que se a pessoa não consegue dizer não, isso pode vir a gerar
uma culpa nela. Então a pessoa venha a ter o desejo de ajudar.
Utilização de recursos de privação: “Este produto está se esgotando, temos apenas duas peças”. Gera sensação de escassez, e faz com que a pessoa deseja adquirir o produto evitando que ela venha a pensar se realmente necessita deste produto.
Uma
outra pergunta ou forma de abordagem é fazer com que a pessoa possa reagir, por
exemplo: “Será que esse é o melhor momento para você?”. A princípio pode
parecer uma simples opinião, mas faz com que a pessoa queira provar, demonstrar
ou não perder essa oportunidade.
Outra
forma muito importante é a autonomia pessoal, fazer com que a pessoa tenha
plena consciência de que está agindo pelo seu próprio desejo. A abordagem
sugerida é: “A decisão é sua”. Assim, a pessoa se sente no controle e se abre
para aquilo que você está sugerindo.
Ameaças
não funcionam, geralmente são utilizadas em vendas, mas também podem ser usadas
em relacionamentos visando sempre tirar o melhor das pessoas. Ameaças geram
medo e privação, fazendo com que os objetivos não sejam alcançados.
A
psicologia reversa pode ser perigosa?
Como
qualquer técnica deve ser utilizada com o objetivo de extrair o melhor de uma
pessoa ou público, melhores profissionais, no estudo, no condicionamento
físico, relacionamento, alimentação e etc.
Deve
ser evitada para manipulações como religiosa, utilizando erroneamente para
obter proveito, manipulações de adolescentes, crianças, idosos, sempre com o
objetivo de benefícios pessoais. Induções de atos que coloquem em risco a
segurança física e psíquica de terceiros.
É
preciso cautela com essas abordagens porque muitas pessoas com o desejo de se
sentirem aceitas acabam entrando nesses desafios e acabam colocando em risco a
sua saúde física ou psíquica.
O
impacto da personalidade da pessoa na psicologia reversa
A
personalidade de um indivíduo ou de um público vai determinar como essa
ferramenta deve ser aplicada. Daí a necessidade de se compreender um perfil e
qual a melhor forma de abordá-lo.
Não
se obter êxito, por exemplo, com abordagens extremamente competitivas com
pessoas que tem o perfil altamente afetivo, onde colaborar é muito mais
atraente do que competir e vencer. O troféu dessas pessoas é a
colaboração.
Em
uma mesma situação, diferentes perfis vão achar uma forma de se sentirem
vencedores, mas por meio diferentes, como colocado o exemplo de pessoas
competitivas e pessoas afetivas. A moeda de troca dessas pessoas é
completamente diferente. Daí a importância de se estudar e de se observar o
público que se deseja fazer essa abordagem.
Cabe
dizer que é uma técnica bastante utilizada em campanhas de vendas, mas que
requer cautela. O outro lado pode ter conhecimento dessa técnica e saber que
está sendo manipulado e persuadido - o que não é agradável.
Mara Leme Martins - PhD. Psicóloga e VP
BNI Brasil - Business Network International, a maior e mais bem-sucedida
organização de networking de negócios do mundo.
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