O elevado
investimento em genética requer mitigação de riscos, popularizando a
contratação de seguro com cobertura de prenhez para proteger os procedimentos
de reprodução assistida
A FF Seguros está consolidando uma cobertura
inovadora que colabora para o desenvolvimento do mercado de equinos. Os
criadores de equinos podem contratar a cobertura de prenhez, com foco na
proteção de embriões de alto valor genético.
É comum investir em sêmen de garanhões e realizar
procedimentos de inseminação artificial. No entanto, evita-se utilizar uma égua
de boa genética e alta performance para desenvolver a gestação, já que isso
comprometeria a performance do animal. A égua ficaria até mesmo impossibilitada
de participar de competições hípicas a partir do quarto mês de gestação em
razão da dinâmica hormonal durante a prenhez, que configura doping.
Além do afastamento das atividades esportivas
durante a prenhez, que totaliza cerca de 11 meses, a égua precisaria de tempo
para recuperar a forma física após a gestação antes de ficar apta a competir em
alto nível novamente. “Para o criador, não compensa deixar uma égua de alto
valor genético, e que compete em alto nível, ficar parada por um ano. O animal
perderia preparo físico, provas e premiações”, afirma Fabio Camargo, que é
médico veterinário e responsável técnico de seguro de animais na FF Seguros.
Dessa forma, é mais comum coletar o óvulo dessa
égua para fertilização in vitro com o sêmen do garanhão escolhido. O resultado
disso é um embrião que posteriormente pode ser transferido para o útero de
qualquer outra égua e completar a gestação. Os criadores escolhem uma égua de
baixo valor comercial que terá a função de “barriga de aluguel”. Essa égua pode
ser um animal próprio ou alugado de uma central de reprodução e requer muitos
cuidados para que o desenvolvimento do embrião seja bem-sucedido. “Como os pais
são animais de alto valor genético, o embrião pode chegar a valer R$ 100 mil,
somado ao custo operacional de ter uma égua alugada, por cerca de R$ 5 mil ao
mês, por exemplo”, diz Camargo.
O alto investimento requer medidas para mitigar
riscos. Em caso de ocorrência de um aborto espontâneo, por exemplo, o criador
amargaria prejuízos significativos. Por isso, a cobertura de prenhez vem se
destacando com o propósito de trazer mais segurança para a reprodução animal. A
apólice tem duração de até oito meses e se encerra no momento do parto. Em caso
de sinistro, a seguradora pode indenizar o criador em até R$ 50 mil.
Entre as vantagens, os contratantes da cobertura de
prenhez conseguem ampliar a proteção ao potro. O seguro de equinos vale para
animais com idade superior a seis meses. No entanto, o criador que assegurar
uma égua com cobertura de prenhez pode contratar o seguro de equinos para
proteger o potro recém-nascido, com vigência já a partir do primeiro dia de
vida do animal.
Segundo Camargo, a FF Seguros desenha estratégias e
produtos visando atender às demandas dos clientes. “Na FF Seguros, temos o
direcionamento de sempre buscar inovar, consultando corretores e clientes para
trazer novas coberturas”, conta o responsável técnico. O produto prenhez,
lançado em maio de 2021, completa um ano atraindo especialmente as centrais de
reprodução, que desejam minimizar os riscos dos procedimentos de reprodução
assistida de embriões equinos. “A FF Seguros já comercializou mais de 80
apólices com a cobertura de prenhez no mercado brasileiro”, revela Camargo.
Benefícios da reprodução assistida de equinos
A tendência é que os criadores de equinos invistam
cada vez mais em reprodução assistida. As ferramentas de biotecnologia trazem
comodidade e maior eficiência para o manejo. Desse modo, a reprodução não fica
mais condicionada às estações de monta, já que alguns procedimentos podem
ocorrer em qualquer mês do ano, trazendo total flexibilidade para a rotina de
reprodução.
Além disso, a reprodução assistida potencializa o
planejamento genético, permitindo que éguas e garanhões premiados tenham o
maior número possível de filhos. Entre os destaques, vale a pena citar a
injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), uma moderna técnica de
fertilização in vitro que otimiza o uso de cada espermatozoide e óvulo
manipulados. Dessa forma, a técnica beneficia a reprodução de éguas com idade
mais avançada e de garanhões com problemas de fertilidade ou de disponibilidade
de sêmen, e ainda tem como diferencial a possibilidade de congelar os embriões
produzidos.
“O embrião produzido fica criopreservado até o
momento em que o criador queira transferi-lo para uma égua receptora. O criador
pode manter um estoque de embriões e produzir fora do período de provas.
Historicamente, o Brasil é um país que abraça a inovação. O criador brasileiro
aplica bem as ferramentas que a biotecnologia oferece”, afirma a dra. Perla
Fleury, que é médica veterinária e diretora comercial da In Vitro Equinos,
laboratório de produção in vitro de embriões com sede em Mogi Mirim (SP).
A In Vitro atua no mercado brasileiro desde 2002, é
pioneira na aplicação da técnica ICSI, desde 2017, e mantém uma parceria com a
FF Seguros para estimular o investimento em reprodução assistida. Durante as
tratativas com a In Vitro, o criador pode optar entre duas modalidades de
serviço. “O criador pode comprar o embrião produzido, independentemente da taxa
de prenhez, e assumir todos os riscos. A chance de obtenção de uma gestação é
cerca de 65%, então se a receptora não emprenhar, este valor do embrião não é
reembolsado”, explica Perla Fleury.
Outra opção seria comprar o embrião com gestação
confirmada aos 90 dias de prenhez. Nesse segundo caso, o criador paga somente
se a gestação for confirmada aos 90 dias e ganha da In Vitro uma apólice da FF
Seguros. “A In Vitro firmou uma parceria com a FF buscando trazer mais um benefício
para o criador, para que ele tenha a possibilidade de comprar a gestação
confirmada”, conta Perla.
Segundo a diretora, esse seguro cobre a gestação
entre os 90 dias até o momento de nascimento do potro. Em caso de sinistro, o
criador terá indenização em torno de R$ 12 mil, para que possa investir na
produção de um novo embrião. “O seguro é uma maneira de dar suporte para
mitigar um risco que não temos como controlar durante o período gestacional.
Uma das maneiras de aliviar possíveis perdas econômicas é através do seguro”,
diz Perla.
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