Cirurgiã plástica Patricia Marques esclarece dúvidas sobre a relação do diagnóstico com as próteses mamárias
O Brasil é o país que mais realiza cirurgias
plásticas no mundo de acordo com um levantamento de 2021 realizado com base em
informações da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética) e
da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).
A mamoplastia de aumento, procedimento de implante
de próteses mamárias e aumento dos seios é uma das cirurgias que coloca o país
no topo desse ranking. Segundo o estudo, são realizados por aqui mais de 210
mil desse tipo por ano.
Com a alta demanda na procura por seios maiores e
mais volumosos, aparecem também queixas de pacientes que relatam a apresentação
de alguns sintomas clínicos após a cirurgia acreditando que estariam
relacionados às próteses.
Conhecida popularmente como Doença do Silicone e
ainda não reconhecida pela comunidade médica, as especulações sobre o problema
têm levado cada vez mais mulheres para os consultórios médicos em busca do
explante, procedimento de retirada dessas próteses.
“A Doença do Silicone ou ASIA (Síndrome Autoimune
Induzida por Adjuvantes) tem causado muito receio nas pacientes. É uma doença
autoimune e inflamatória caracterizada pelo surgimento de sintomas
inespecíficos como dor articular e no corpo, cansaço, distúrbios no sono e
perda de cabelo, entre outros, após a colocação dos implantes”, explica
Patricia Marques, cirurgiã plástica e membro da SBCP.
A especialista explica que, por se tratar de uma
condição ainda rara e pouco conhecida, não existe total compreensão sobre
mecanismos envolvidos e nem a certeza de que o implante está relacionado ao
surgimento do quadro, mas os conhecimentos atuais indicam que mulheres com
diagnóstico prévio de doenças reumatológicas e autoimunes parecem ser mais
suscetíveis a desenvolver os sintomas.
“É importante frisar que esses sintomas estão
presentes em muitas outras doenças e vale ressaltar que os implantes de
silicone são considerados seguros e continuam a ser utilizados em todo o
mundo”, acrescenta.
Além disso, Patricia esclarece que apesar da dúvida ser muito comum e o tema polêmico, é comprovado que as próteses de silicone não provocam rejeição do organismo após colocadas. “Na cirurgia plástica não existe rejeição. Seria impreciso dizer algo assim. Rejeição é passível de ocorrer com órgãos transplantados, como o rim, o fígado, o coração. Já nas cirurgias plásticas, como as mamárias, podem ocorrer complicações cirúrgicas que resultem na necessidade da retirada das próteses, mas são complicações decorrentes do processo cirúrgico e organismo da paciente e não configuram rejeição”, finaliza.
Patricia Marques - graduada pela Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, membro especialista da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica, com especialização em reconstrução de mama e
cirurgia linfática no Hospital Santa Creu i Sant Pau em Barcelona, e
complementação em cirurgia reparadora de mama, cabeça e pescoço no Hospital
Memorial Sloan-Katering Cancer Center, em NY, EUA.
CRM-SP: 146410
Site: www.drapatriciamarques.com.br
Instagram: @dra_patricia_marques
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