O controle da distonia pode trazer mais qualidade
de vida ao paciente e tratar distúrbios psicológicos que podem estar associados
à doença
No dia 6 de maio é celebrado o Dia Nacional da
Distonia, doença caracterizada por contrações musculares involuntárias e
espasmos incontroláveis, que são muitas vezes repetitivos, podendo causar
posturas anormais e dolorosas para os pacientes. A Distonia pode ser
idiopática, ou seja, ter sua origem indeterminada, ter causa genética ou pode
estar associada a traumas, outras doenças neurológicas e uso de alguns
medicamentos.
Os sintomas podem variar de acordo com a região
afetada pela doença, como por exemplo as mãos, pescoço, cabeça, cordas vocais e
olhos. Na distonia cervical, o pescoço é a parte mais atingida, provocando
sintomas como inclinação involuntária do membro para a frente, para trás ou
para os lados, com dor associada1.
Segundo a Dra. Adriana Moro, médica neurologista e especialista
em distúrbios do movimento, a distonia necessita de um tratamento
multidisciplinar com fisioterapia e fonoaudiologia -- quando a voz é afetada,
porém atualmente a aplicação de toxina botulínica é a parte do tratamento que
mais ajuda a diminuir as contrações musculares involuntárias e as dores
características desta doença. As aplicações são administradas pelo médico
diretamente nos músculos afetados, geralmente a cada 3 meses e é normal sentir
leve dor no local da injeção. Embora seja incomum, as aplicações podem causar
outros efeitos colaterais, de acordo com o local da injeção, como dificuldade
para engolir, no caso de distonia cervical, por exemplo.
Para a paciente Michelle dos Santos, de 40 anos, o
primeiro sintoma foi uma inclinação involuntária do pescoço para o lado
esquerdo, o que a motivou a procurar um neurologista e recebeu o diagnóstico da
distonia cervical. A partir disso, Michelle iniciou o tratamento com aplicações
de toxina botulínica na região posterior e lateral do pescoço. Ela afirma que
sua qualidade de vida mudou totalmente, pois conseguiu retomar a sua vida
social, como ir em festas e sair com os amigos e familiares.
Além disso, medicamentos para tratar distúrbios do
humor ou do sono também fazem parte da vida de quem convive com a enfermidade,
pois segundo a Dra. Adriana, a distonia pode ser incapacitante e prejudicar o
dia a dia e a autoestima do paciente. Outro tipo de tratamento que pode ser
utilizado por profissionais médicos é a cirurgia, opção que normalmente só é
realizada quando os outros tratamentos não são eficazes. A técnica mais
indicada de operação é a de Estimulação Cerebral Profunda, na qual consiste a
implantação de eletrodos dentro do cérebro que estão conectados a um pequeno
dispositivo, semelhante a um marcapasso, que geralmente fica no tórax e envia
impulsos elétricos para o cérebro, ajudando a controlar as contrações
musculares. Já a segunda é a Desenervação Periférica Seletiva, que consiste no
corte das terminações nervosas que estão causando espasmos musculares1.
Caso você apresente
alguns dos sintomas citados no texto, procure um médico neurologista ou vá à
Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência.
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