Novembro é um mês com importantes datas relacionadas ao cuidado da saúde. Hoje vou falar sobre o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. Embora a data mesmo tenha passado (10 de novembro), não há dia certo para combatermos a falta de informação e educarmos a população brasileira sobre saúde auditiva.
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), estima-se que um quarto da população global, ou seja, o
equivalente a cerca de 2,5 bilhões de pessoas, terá algum grau de perda
auditiva até 2050. Um quadro alarmante para um
período de menos de 30 anos. Por que será que existe essa previsão?
A surdez pode ter
diferentes graus, tipos, ser congênita ou adquirida e afetar pessoas de
qualquer idade sob variadas formas. Seus prejuízos são diversos e, comumente,
provoca alterações na comunicação com grande impacto na saúde e qualidade de
vida, desenvolvimento acadêmico e relações de trabalho. Estudos indicam, ainda,
que a perda auditiva está incluída entre as condições mais associadas à
depressão.
Porém, a OMS
destaca também que em cerca de 60% dos casos, a perda auditiva pode ser evitada
quando se trabalha com prevenção e tratamento. Medidas básicas como vacinação
contra rubéola e meningite, melhoria dos cuidados maternos e neonatais e
tratamento precoce da otite média ajudariam na redução deste dado.
Além desses fatores
relacionados à rotina médica, vale considerar que há outros complicadores
advindos da vida moderna, os quais também podem ser gerenciados com simples
medidas de prevenção, como utilizar fone de ouvido de forma segura, evitar
exposição sem proteção auricular a sons muito altos ou ruído intenso e, sempre,
manter hábitos saudáveis.
O bom é que temos o avanço
da medicina do nosso lado. Além dos aparelhos auditivos, para casos extremos de
perda auditiva neurossensorial severa ou profunda, que não tiveram respostas
satisfatórias com o uso de próteses auditivas convencionais existe a
alternativa do implante coclear – um tipo de tratamento que infelizmente
alcança menos de 5% do total de pacientes que poderiam ser usuários dessa
tecnologia, muitas vezes por questões de desconhecimento ou por falta de
acesso.
Não podemos desistir
jamais. É importante continuarmos conscientizando as pessoas sobre a importância
dos cuidados com a saúde auditiva. Lembrando que quanto antes a perda auditiva
for detectada, mais efetivo será o tratamento e melhor será a qualidade de vida
do paciente, sem tantos prejuízos na comunicação, nos relacionamentos e no seu
dia a dia.
Renato Prescinotto - otorrinolaringologista
e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro, a Unisa.
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