Com toda essa situação no mundo, empresas e colaboradores tiveram que encontrar meios para encarar a crise e uma das saídas foi apostar no empreendedorismo, de um modo que esse pensamento empreendedor conseguisse auxiliar nos negócios. Para os empresários de longa data, a tecnologia que também faz parte do empreender tem sido a melhor aliada, em conjunto das estratégias que valorizam o fator humano. Já para os colaboradores, entender o ambiente de trabalho como algo mutável é a saída mais adequada, especialmente para aqueles que esperam melhorar seu desempenho.
Segundo o Portal do Empreendedor, do governo
federal, nos nove primeiros meses de 2021, o número de microempreendedores
individuais, também conhecidos como MEIs, no país cresceu 14,8%, em comparação
ao mesmo período do ano anterior, chegando a 10,9 milhões de registros. Tais
números revelam o impacto que a pandemia teve no mercado, fazendo com que o
brasileiro buscasse novos modelos de gerar renda e sustentar sua família. Com
certeza, esses novos empreendedores, independentemente da dimensão de seus
negócios, farão diferente do que fez em seu último emprego e vão se empenhar
ainda mais. Vão sair da zona de conforto.
Sem dúvida, daqui para frente, as relações
trabalhistas serão transformadas, alguns mercados serão extintos e tantos
outros vão surgir ou vão ganhar força. A mesma perspectiva ocorre para o
comportamento dos colaboradores e suas atividades. Como diretor da KRJ -
indústria de conectores, há mais de 15 anos, consegui acompanhar a defasagem da
mão de obra e do comportamento distorcido, que por vezes atrapalharam o fluxo
de produção e, consequentemente, o produto final.
No futebol, é comum que os técnicos peçam aos
jogadores que usem na partida o método da “bola redonda”, que é basicamente um
conceito de que todos façam sua parte, exatamente como deve ser, levando em
consideração suas posições e áreas em que atuam. Dessa forma, com todos levando
o jogo como deve ser feito, o resultado é excelente, pois cada um faz sua parte
e não prejudica o colega que receberá a bola em seus pés.
Esse esquema é uma perfeita analogia aos meios de
produção porque, se todos colaborarem com exatamente o que precisa ser feito em
seus cargos, o trabalho final será eficaz e não apenas eficiente. Eficiência é
o que todos os funcionários necessitam ter para alcançar o resultado
esquematizado ou até mesmo melhor.
O pensamento empreendedor contempla perfeitamente o
conceito de “bola redonda”, como descrevi, pois, é imprescindível exercer as
funções com eficiência para atingir um resultado eficaz. Se o empreendedor
estiver, por enquanto, traçando um caminho solo, é necessário que esse esquema
seja ainda mais bem feito. Por isso, a tendência pós-pandemia é que o mercado
de trabalho empregue pessoas empreendedoras, que agreguem ao seu ambiente de
trabalho ideias inovadoras, comportamento fora da caixa e uma mão de obra
qualificada.
No terceiro trimestre deste ano, o Brasil obteve a
taxa recorde de 14,6% em desemprego, com 14,1 milhões de perdas de postos de
trabalho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou
seja, são muitas pessoas à procura de recolocação no mercado, tentando se reerguer
de alguma forma. Portanto, seja como colaboradores em empresas ou criando seu
próprio negócio, a realidade é que o brasileiro precisa encontrar novos métodos
de gerar renda e sobreviver à crise instaurada pela pandemia do novo
coronavírus.
Acredito que o empreendedorismo e a
responsabilidade no desempenho das funções do trabalho são as atuais tendências
e vão se estender para a fase de pós-covid, que tanto ansiamos. Vale ressaltar
que a capacitação é outra maneira concreta de se reestabelecer como profissional,
especialmente em um mercado tão concorrido. Então, é importante ficar em alerta
referente às atuais modalidades de emprego, educação e negócios.
Roberto Karam Jr. - engenheiro elétrico e diretor
presidente da KRJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário