Pró-hormônio também reduz dano muscular pós-exercício, apontam pesquisadores espanhóis em análise publicada pelo periódico científico Nutrients
Independente se uma
pessoa é atleta profissional ou amadora, para obter um bom desempenho esportivo
é imprescindível manter uma nutrição adequada, composta por carboidratos,
proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. O que talvez não seja de
conhecimento são os benefícios que a vitamina D traz para a saúde e performance
de atletas. Além de contribuir para o ganho muscular, a vitamina ainda ajuda a
melhorar a recuperação pós-exercício e reduzir os riscos de fraturas. Já a
falta dela, a hipovitaminose D, que ocorre quando os níveis de vitamina D estão
abaixo de 30 ng/ml, o que prejudica a função muscular e a capacidade de
regeneração do músculo. A condição também impede uma boa função imunológica e
afeta a saúde óssea.
Para o
endocrinologista Michael Holick, da Universidade de Boston e um dos maiores
pesquisadores sobre o tema, os atletas devem manter níveis de vitamina D no
sangue superiores a 40 ng/ml, para melhor performance e recuperação, além de
reduzir os riscos de lesões, em especial, os que praticam atividades esportivas
"indoor" ou exercícios de alta intensidade. Este também é o
posicionamento atual da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Já a
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBP-ML) considera
adequados para a população geral valores entre 20-60 ng/ml.
Corroborando a
afirmação do especialista, uma análise de estudos sobre o tema, feita por
pesquisadores espanhóis e publicada este ano no periódico Nutrients¹ traz mais
dados sobre os benefícios: Vitamin D, Its Role in Recovery after Muscular Damage
Following Exercise (Vitamina D, seu papel na recuperação após dano muscular
seguido de exercício, em tradução livre).
A função mais estudada
dessa vitamina diz respeito ao metabolismo ósseo e à homeostase do cálcio. No
entanto, a vitamina D desempenha um papel fundamental na modulação da função de
muitos outros tipos de células e tecidos que são fundamentais em um contexto
esportivo, incluindo imunológicas e fibra musculares esqueléticas. Devido esse
papel imunorregulador, a vitamina D se apresenta como um fator significativo
para reduzir o dano muscular pós-exercício", escreveram os pesquisadores.
Hoje a vitamina D é
considerada um pró-hormônio com múltiplas ações no corpo. Que é produzida na
pele exposta a radiação solar (raios UVB) a partir 7-dehidrocolesterol (7DHC),
ingerida pela alimentação ou em suplementos, em doses adequadas, na forma de
cápsulas ou comprimidos. Devido ao seu papel de destaque o Dr. Odair Albano
médico e consultor de saúde listou três maneiras de manter o nutriente em dia:
Exponha-se ao sol
diariamente, mas de maneira segura
A principal fonte de
vitamina D é a exposição solar. A produção na pele é autolimitada por diversos
fatores: tempo/intensidade de exposição, pigmentação e integridade da pele,
barreira (roupa, protetor solar). A intensidade da radiação é influenciada:
localização (latitude), altitude, estação, clima, poluição ambiental. Uma
pesquisa nacional em diversas capitais mostrou níveis vitamina D abaixo 30
ng/ml: Salvador 49%; Recife 56,7; RJ 68 %; SP 71,5%; Curitiba 77% e Porto
Alegre 83% da população avaliada. Queda de cerca 0,4 ng/ml vitamina D para cada
latitude ao sul.
Para produção de
vitamina D na pele de forma adequada e segura é necessária uma exposição
diária, por 15-30 minutos, entre 10-16 horas, sem protetor solar. Mas, atenção,
a exposição ao sol de forma desprotegida, ou seja, sem filtro solar, pode
apresentar riscos para a pele.
Mantenha uma
alimentação rica em vitamina D
A alimentação é
considerada uma fonte secundária de vitamina D e está presente em peixes
gordurosos, como salmão, atum, sardinha; mas também no óleo de fígado de
bacalhau, fígado, cogumelos cultivados no sol e ovos. Alguns produtos
industrializados também são fortificados com vitamina D. Contudo, é difícil
manter uma ingestão regular e em quantidades suficientes desses alimentos para
atender as necessidades diárias.
Suplemente a vitamina
quando necessário
Na rotina agitada das
grandes cidades, nem sempre a exposição ao sol ou a alimentação são suficientes
para manter o nível adequado de vitamina D no organismo e a suplementação é
recomenda. "É importante consultar o médico para uma avaliação clínica,
laboratorial, orientação e tratamento. E lembrar que cápsulas e comprimidos de
até 2.000 UI de vitamina D para uso diário" afirma o especialista.
Referência consultada
Alberto
Caballero-García, Alfredo Córdova-Martínez, Néstor Vicente-Salar, Enrique
Roche, Daniel Pérez-Valdecantos; Vitamin D, Its Role in Recovery after Muscular
Damage Following Exercise. Jul, 2021. Disponível: https://www.mdpi.com/2072-6643/13/7/2336/htm
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