Gastroenterites podem ter várias
etiologias - bactérias, vírus, protozoários, toxinas, fungosFreepik
A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) manifesta
preocupação com os surtos de diarreia aguda que estão sendo registrados no
estado. Em nota elaborada em conjunto com a Sociedade Brasileira de Pediatria
(Guia de Atualização. Diarreia Aguda: diagnóstico e tratamento 03/2017) e
Secretaria Estadual da Saúde/CEVS é feito o alerta Epidemiológico e prestadas
as orientações básicas a população sobre medidas preventivas e cuidados
relacionados aos casos.
Os surtos de doença diarreica, em geral, são causados por vírus
(rotavírus, adenovírus, norovirus, astrovirus, coronavirus). Atualmente temos
vários casos de surtos em escolas, creches, hospitais cuja etiologia é o
Norovirus. A doença se caracteriza pelo aumento do número de evacuações com a
alteração da consistência das fezes (3 ou mais episódios de fezes amolecidas ou
líquidas em 24 horas), acompanhada ou não de vômitos, dor abdominal e febre.
Surto é caracterizado como 2 ou mais casos com vínculo
epidemiológico.
A transmissão usualmente se dá por consumo água ou alimentos
contaminados, contato com superfícies contaminadas ou diretamente com pessoas
doentes, a partir de secreções corporais. A transmissão é fecal-oral e pode ser
através de alimentos ou utensílios compartilhados.
A evolução costuma ser autolimitada com resolução do quadro
clínico em poucos dias. O tratamento consiste em aumentar a reposição hídrica
para evitar a desidratação; repouso. Em casos mais graves ou com sintomas mais
intensos, deve-se procurar avaliação em unidade de saúde. Há discussão sobre
uso de Zinco e probióticos na diarreia aguda.
Recomendações para
evitar surtos:
Ao identificar alunos ou trabalhadores com sintomas de DDA,
realizar seu isolamento e encaminhá-lo ao serviço de saúde;
Somente utilizar água de fontes seguras (potável), tratadas, que
tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Se não há
segurança da origem da água pode-se fervê-la por 5 minutos antes de usar na
alimentação. Gelo, apenas de água potável;
A higiene das caixas dágua é recomendada a cada 6 meses;
Higienizar frequentemente os ambientes de convívio;
Pessoas com sintomas não devem manipular alimentos (devem ser
afastadas do trabalho)A manipulação de alimentos, uso de sanitários deve ser
precedida e procedida pela lavagem das mãos;
Os hortigranjeiros podem ser fervidos ou tratados com solução
clorada (1 colher de sopa para 1 litro de água) e, após, lavados com água
potável;
Nas escolas e creches especial cuidado na troca de fraldas –
além da lavagem das mãos antes e depois do procedimento, limpeza do local onde
houve a troca;
No momento se observa vários casos de surtos de doença diarreica
aguda em Porto Alegre. Nenhuma pessoa precisou de hospitalização e quando houve
investigação laboratorial, foi identificado o Norovirus.
Marcelo Matusiak
Bibiografia:
www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/doencas-diarreicas-agudas-dda
Sociedade Brasileira de Pediatria. Guia de Atualização. Diarreia Aguda:
diagnóstico e tratamento 03/2017
SES/CEVS Alerta epidemiológico 10/21
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