Segundo a ONU, 30% da população mundial não teve acesso à alimentação adequada em 2020. Para o Instituto Opy de Saúde, essa escassez afeta diretamente o desenvolvimento infantojuvenil.
O
Relatório Global de 2021 produzido por agências da Organização das Nações
Unidas (ONU), responsável por avaliar o impacto global da pandemia, aponta que,
em 2020, mais de 2,3 bilhões de pessoas (30% da população mundial) não tiveram
acesso à alimentação saudável, sendo este um dos fatores mais importantes para
a prevenção da obesidade infantil e doenças associadas.
Já
o Relatório Luz 2021, sobre a Agenda 2030, realizado por 57 organizações não
governamentais, entidades e fóruns da sociedade civil, aponta que o Brasil
regrediu no cumprimento de políticas públicas de áreas como pobreza, segurança
alimentar, saúde, educação e meio ambiente. O documento revela que 9% da
população brasileira passa fome, outros 11,5% sofrem com insegurança alimentar
moderada e 34,7% insegurança leve. Deste percentual, apenas 44,8% dos
brasileiros se alimentam bem. A diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde,
Flavia Antunes Michaud, chama atenção para a forma de se produzir, acessar e
consumir alimentos no país. "A pandemia de Covid-19 expôs - e continua
expondo - a deficiência em nossos sistemas alimentares, ameaçando vidas e a
saúde de gerações", explica Flavia.
Atrelado a escassez de alimentos, a má
alimentação está presente de forma intensa, com crianças pagando um alto preço.
Dados da ONU de 2020 estimam que mais de 149 milhões de menores de cinco anos
sofreram de atraso de crescimento ou possuiam uma estatura muito baixa para sua
idade; mais de 45 milhões - debilitadas ou muito magras para sua altura; e
quase 39 milhões - acima do peso. Três bilhões de adultos e crianças não
conseguem acessar comidas saudáveis, em grande parte devido ao aumento da
pobreza e a inabilidade de adquirir verduras, carne e laticínios, itens cujos
preços seguem em ascensão.
"É
um desafio duplo: cada vez mais gente passa fome e cada vez mais pessoas,
especialmente os mais vulneráveis, comem as chamadas calorias vazias, que não
possuem nenhum valor nutricional e são altas em gordura e açúcares. Isso
aumenta a população de mal alimentados, de pessoas vivendo com obesidade e com
sobrepeso. Vemos um sistema de saúde estrangulado por esses fatores. Neste dia
mundial da alimentação, dia 16 de outubro, nunca foi tão importante falarmos da
dupla carga da má nutrição, no Brasil e no mundo", destaca Flavia.
Flavia Antunes Michaud - diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde
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