O roubo de cargas e veículos segue como um dos
principais problemas do país, como revelam dois levantamentos recentes. De
acordo com dados ainda não totalmente consolidados da Associação Nacional do
Transporte de Cargas e Logística (NTC), as ações criminosas no setor teriam
causado prejuízos da ordem de R$ 2 bilhões, somente em 2018.
Já o cruzamento de informações das Polícias Civil,
Militar e Rodoviária Federal apontam que neste período aconteceram mais de 22
mil ataques a transportadores em todo país. Mais de 80% deles estão
concentrados nas duas principais cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro.
Apesar do número de ataques ter caído em torno de
15% em relação ao ano passado, o volume não deixa de chamar a atenção de vários
setores. Para o Clube Internacional de Seguros de Transportes (CIST), entidade
que reúne profissionais da cadeia logística de seguro de transportes como
seguradoras, corretoras, resseguradoras e reguladoras de sinistros – o cenário
atual tem gerado novas discussões.
“O resgate da análise dos processos logísticos e definição
do ‘Plano Diretor de Segurança’ para redução das vulnerabilidades voltaram ao
debate. A visão da cadeia de suprimentos, e não apenas da viagem em si (o que
envolve carga, motorista, veiculo e rota), passou a ser considerada nos
projetos de segurança, junto com o uso de recursos de tecnologia, ações de
inteligência e controle de acesso às informações”, explica Alfredo Chaia,
diretor do CIST e da International Risk Veritas.
Para combater a criminalidade, as transportadoras e
as empresas de gerenciamento de risco seguem investindo em soluções. A J&C
Gestão de Riscos, por exemplo, está adotando tecnologia via monitoramento
de imagens nos veículos e implantando um sistema de atuação direta nos
baús. Outra medida é a construção de baús repotencializados (BRP), baús
construídos do zero (BCZ) e baús chapeados, todos com portas antiarrombamento
com fechaduras randômicas, que só permitem a sua abertura com o envio de um
código da central para o motorista.
“A adoção de uma segunda tecnologia de bloqueio vem
criando bastante dificuldade para as quadrilhas, onde gera um fator surpresa,
roubando assim o tempo dos criminosos. Tanto, que o índice de salvamento das
cargas vem aumentando”, revela Charles Ferreira, diretor Operacional da J&C
Gestão de Riscos. Ainda de acordo com ele, entre as mercadorias mais visadas
pelos ladrões estão eletrônicos, autopeças, cigarros, combustíveis, remédios,
genêros alimentícios e bebidas.
Já as seguradoras se esforçam para minimizar os
prejuízos junto aos embarcadores e transportadores rodoviários. A Argo Seguros,
por exemplo, uma das principais seguradoras de transporte do Brasil, oferece
aos seus clientes manuais, SLA’s e treinamentos para aperfeiçoar os
procedimentos de gerenciamento de risco.
“Esses procedimentos são fundamentais e muitas
empresas não fazem de maneira adequada por falta de orientação. O risco bem
gerenciado afasta as quadrilhas especializadas e os desvios, mas não elimina os
roubos de oportunidade. Por este motivo, cada empresa tem um tratamento e
recomendações aderentes a sua operação. Buscamos alternativas personalizadas
para ajudá-los a manter este equilibrio de custo e segurança”, explica Mariana
Miranda, gerente de Subscrição Cargo Marine da Argo Seguros.
Argo Seguros
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