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quinta-feira, 16 de maio de 2019
Mais uma vez: a vacina contra sarampo não causa autismo
Em um momento em que surtos de sarampo estão aumentando entre grupos
de crianças não vacinadas, notadamente nos estados de Washington, Nova York e
Texas, nos Estados Unidos, um novo e extenso estudo, publicado no
Annals
of Internal Medicine, não encontrou associação entre a vacina
contra o sarampo e o autismo - uma razão frequentemente apontada pelos pais
para rejeitar a inoculação.
A nova pesquisa confirma o que tem sido amplamente divulgado pela
comunidade científica, e ecoa descobertas de um estudo de 2002, feito por
membros da mesma equipe de cientistas sobre a vacina, conhecida como MMR porque
protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
Mas as descobertas vêm em um momento de ressurgimento da suspeita
sobre a segurança das vacinas, que foi propagada nos limites mais
distantes da Internet e em sites tradicionais como Amazon, Facebook e
Pinterest. Muitas dessas empresas tomaram medidas nas últimas semanas para
remover o conteúdo anti-vacina. “No início de março, o presidente da Academia
Americana de Pediatria escreveu aos principais executivos do Google, Facebook e
Pinterest, pedindo uma ação urgente nesse sentido, solicitando que essas redes
sociais trabalhem em conjunto para combater a disseminação perigosa de
desinformação on-line sobre vacinas”, afirma o pediatra e homeopata Moises
Chencinski.
O novo estudo
Em linguagem enfática, os pesquisadores, que acompanharam 657.461
crianças dinamarquesas nascidas, entre 1999 e 2010, declararam que o estudo
apoia fortemente que a vacinação com MMR não aumenta o risco de autismo, não
desencadeia autismo em crianças suscetíveis e não está associado ao agrupamento
de casos de autismo após a vacinação.
A Dinamarca oferece um programa nacional de vacinação gratuito e
voluntário. Em intervalos regulares, uma equipe liderada pelo Dr. Anders Hviid,
que está no departamento de pesquisa epidemiológica do Statens
Serum Institut, em Copenhague, acompanhou as crianças, das quais
31.619 permaneceram não vacinadas.
Os pesquisadores recrutaram mais subgrupos de crianças de acordo com
outras inoculações, e se eles tinham irmãos com autismo. Com o tempo, 6.517
crianças receberam um diagnóstico de autismo. Esses pesquisadores não
encontraram maior incidência proporcional do diagnóstico entre as crianças
vacinadas e não vacinadas. Esta conclusão ecoa o achado de um estudo de 2002 (da
mesma equipe de pesquisadores) com 537.303 crianças dinamarquesas, publicado no
New
England Journal of Medicine.
Um editorial que acompanha
o estudo aponta que já se passou quase uma década desde o pequeno estudo que
desencadeou alarmes sobre uma possível ligação entre a vacina e o autismo, que
foi refutado. No entanto, recursos estão sendo continuamente despejados em novos
estudos como este, para ressaltar a imprecisão da falha original.
“Em um mundo ideal”, escrevem os autores do editorial, “a pesquisa de
segurança de vacinas seria conduzida apenas para avaliar hipóteses
cientificamente fundamentadas, não em resposta à conspiração do dia”. Médicos e
autoridades de saúde pública precisam rotular essa associação como “um mito”.
Derrubando mitos em saúde
Derrubar ou desmistificar um conceito em saúde é complicado. “Quando
você repete o mito, você corre o risco de reforçá-lo. Tudo o que os pais
lembram a respeito da explicação complicada sobre por que as vacinas não
causam autismo é que eles estão de alguma forma vinculados. Então, os pediatras
devem se concentrar nas doenças que estamos tentando evitar e, se você tiver
que lidar com um mito, é preciso deixar claro que ele é exatamente isso.
Trazendo para a linguagem de hoje: FAKE NEWS”, diz o pediatra Moises
Chencinski.
Moises Chencinski
Site: http://www.drmoises.com.br
Fanpage: https://www.facebook.com/doutormoises.chencinski/
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