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domingo, 5 de maio de 2019

Entre 50% e 75% das mães reclamam de dores nas costas durante gestação



Mães correm riscos de desenvolver patologias se não corrigirem suas posturas


O dia-a-dia de uma mãe envolve muitas atividades repetitivas, com movimentos de agachar, levantar e sentar, sem contar o carregamento de peso que é levar o bebê de lá para cá. Por isso, muitas mães reclamam de dores nas costas, nos ombros e no pescoço durante o período pós gestacional.

O maior equívoco das mulheres, segundo a fisioterapeuta Silvia Canevari Barros, membro da Sociedade Brasileira de RPG e diretora do ITC Vertebral de Jundiaí, é achar que as dores são causadas pela anestesia do parto. "O mais comum é que esse tipo de dor já exista antes da gravidez e piore com a gestação e o pós parto".

As alterações corporais sofridas durante a gestação podem causar ou agravar dores anteriores. "Com o passar dos meses o bebê cresce e ocorre o deslocamento do centro de gravidade para frente, alteração e acomodação do eixo do equilíbrio e consequente aumento da lordose lombar", explica a especialista.

De acordo com Silvia, isso provoca uma sobrecarga nos muslos, nos ligamentos e nas articulações intervertebrais. "É importante previnir desde o pré-parto, tomando cuidado com as posturas e, quando liberado pelo obstetra, praticando atividade física orientada por um fisioterapeuta", alerta.

Além da falta de cuidados durante a gravidez, as dores posturais muitas vezes são causadas por tarefas do dia-a-dia realizadas de forma incorreta, como exemplifica a fisioterapeuta: "Durante a amamentação, a mãe fica na mesma postura sustentando o bebê no braço com a cabeça inclinada por um longo período".

Com o passar do tempo, sem o devido cuidado e tratamento, a má postura no cuidado com o bebê pode ter graves consequências. "Podem aparecer patologias associadas, como o desgaste das articulações e até mesmo lesões nos discos intervertebrais", previne Silvia.

É preciso ter atenção ao posicionamento do corpo na realização das atividades, à altura dos móveis, à ergonomia e forma de posturar-se durante as atividades. Por isso, perguntamos à especialista sobre os movimentos mais errados que as mães fazem e quais são as formas corretas de fazê-los. Confira a seguir:


Amamentando o bebê:

Escolha uma cadeira com braços e encostos confortáveis, e sente o mais para trás possível. Deixe os pés apoiados em uma banqueta ou prancha, para facilitar a circulação sanguínea. Coloque o bebê sobre uma almofada ou travesseiro no colo para aproximá-lo do seu corpo e procure não inclinar a cabeça para olhar o bebê por muito tempo. Se possível, procure alternar o braço de apoio do bebê na próxima mamada.


Banhando ou trocando as fraldas:

Coloque a banheira ou trocador a uma altura em que a coluna permaneça ereta e sem curvar para a frente, pode ser uma mesa ou um suporte próprio. Coloque uma perna na frente da outra e dobre os joelhos ao se agachar. É importante contrair o abdômen durante a atividade também.


Tirando ou colocando o bebê no berço:

Dê preferência a berços com grades que tenham altura regulável, assim não será preciso fazer uma inclinação curvando a coluna a frente para colocar ou pegar o bebe. Mas, caso isso não seja possível, lembre-se de manter a criança mais próxima ao seu corpo. Aqui também é importante manter o abdômen contraído.


Segurando bebê em pé:

Evite projetar o quadril e abdômen para frente. Esta postura, de forma repetitiva, dificulta bastante o retorno da tão desejada boa forma.

A fisioterapeuta ainda recomenda a utilização de sapatos baixos e confortáveis, além de não passar muito tempo sentada durante o trabalho. Organize-se para que possa levantar de tempos em tempos e esticar as pernas e a coluna, recomenda.





Dra. Silvia Canevari Barros - Fisioterapeuta Responsável pela Unidade ITC Vertebral Jundiaí, pós graduada em Terapia Manual e Postural pelo Instituto Salgado Saúde Integral e especialista em RPG pelo Método Souchard. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de PRG e Instrutora de Pilates pela Escola Pilates Nova Postura. Mais informações em www.corpoecoluna.com.br



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