Dentre os
principais conflitos enfrentados ao retornar ao emprego, 48% afirmam que têm
receio de faltar no trabalho se o filho passar mal
Unir as funções de mãe e profissional nem sempre é
uma tarefa fácil. A relação implica normalmente em ter que lidar com desafios
após a licença-maternidade, e às vezes até antes do nascimento. Segundo a
Pesquisa dos Profissionais da Catho de 2018, com mais de 2,3 mil respondentes,
30% das mulheres deixam o mercado de trabalho para cuidar dos filhos. Entre os
homens esse número é quatro vezes menor, atingindo 7%.
Outro levantamento, feito após o resultado da
Pesquisa dos Profissionais, apontou que dentre os principais conflitos
enfrentados pelas mães e empresas/gestores, ter receio de faltar ao trabalho,
caso o filho passe mal, é o mais comum (48%). Dentre outros impeditivos estão
ter que pedir para chegar mais tarde no trabalho para ir em uma reunião escolar
(24%) e se atrasar devido a exaustão da rotina (10%).
Para a gerente sênior da Catho, Tábitha Laurino, a
grande dificuldade enfrentada pelo mercado de trabalho é compreender que a mãe
continua sendo uma profissional excelente, mas ainda assim precisa de suporte.
"A relação entre ser mulher e o mercado
profissional é cercada por obstáculos ainda maiores após a maternidade. Se ter
que escolher sair do trabalho para cuidar dos filhos é difícil, retornar ao
trabalho após a licença é igualmente complicado . O status 'mãe' além de, às
vezes, gerar barreiras durante o processo de entrevista, também impacta na
recolocação profissional", afirma.
A profissional ainda listou três pontos que são
enfrentados pelas mães profissionais após o período de licença-maternidade:
Tempo de retorno: segundo a
pesquisa 45% demoram 3 meses para retornar as atividades profissionais. Para
Tabitha, o tempo curto é reflexo de alguns fatores tais como a preocupação de
perder a posição profissional, no caso de cargos de gerência, ou até mesmo,
perder o emprego.
Perdas de oportunidades: Mudar de
emprego, aceitar um promoção, buscar um trabalho melhor? Segundo a pesquisa,
47% das mães já abriram mão de algumas dessas oportunidades porque sabiam que
teriam dificuldade em conciliar filhos e vida profissional.
Preocupação e
angústia: O sentimento de angústia é
constante. Dentre os pontos mais preocupantes estão: "onde meu filho irá
ficar onde eu trabalho?", "vou perder o vínculo com meu bebê depois
que retornar ao trabalho?", "vou ter tempo para mim?","meu
chefe vai achar ruim se eu precisar me ausentar por causa do meu filho?".
Somada a todas essas questões, fazer pedidos ao chefe relacionado aos filhos é
receio de 50% dos entrevistados da pesquisa.
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