Gravidez ainda aparece como motivo de demissões e comentários
desagradáveis no ambiente de trabalho.
Mais da metade
das mães que trabalham passam por constrangimento durante a gestação ou no
retorno da licença-maternidade. É o que revela levantamento inédito da VAGAS.com, pioneira no
desenvolvimento de software de recrutamento e seleção. De acordo com a pesquisa,
52% das mães afirmaram ter passado por alguma situação desagradável no emprego
quando estavam grávidas ou ao voltarem do período de afastamento. Entre os
principais relatos estão comentários desagradáveis (23,7%), demissão (19,9%) e
falta de empatia (16,9%). Segundo as respondentes, os chefes foram os maiores
responsáveis pela causa desses problemas, representando 80% das queixas.
“Apesar de
todos os avanços na inclusão de mulheres no mercado de trabalho, ainda é muito
comum encontrar empresas com práticas ruins. Em muitos lugares, ser mãe pode
significar ter de abrir mão de projetos relevantes e deixar de lado ambições
maiores de carreira”, diz Luciana Calegari, especialista em Recrutamento e
Seleção da VAGAS.com. “Mas as pessoas toleram cada dia menos esse tipo de
postura. Acredito que as empresas que não se adaptarem rapidamente, tendem a
perder não só as mulheres que querem ser ou já são mães, mas todos os perfis de
talentos. Um ambiente inclusivo é cada vez mais necessário na evolução de
negócios e na construção de uma sociedade mais justa, e as pessoas estão de
olho nisso”, completa.
O estudo Mães,
carreira e mercado de trabalho foi realizado por e-mail, com 837
respondentes usuárias do portal de carreira VAGAS.com.br, de 22 a 26 de abril
deste ano.
O levantamento procurou
saber dessas mulheres se, em seu último processo seletivo, foram questionadas
se eram mães ou pretendiam ser. Da base de respondentes, 70,97% afirmaram que
já foram questionadas a respeito. Do total de mulheres participantes do
levantamento, 79,81% disseram que são mães.
Chefes lideram as queixas
A pesquisa revela também
que, em 80% dos casos de preconceito ou julgamento durante a gravidez ou
retorno da licença-maternidade, os chefes são apontados como os responsáveis.
Os colegas de trabalho somaram 45,9% das reclamações enquanto clientes ou fornecedores,
6,9%.
Esse cenário acaba
impactando diretamente no planejamento familiar. O estudo mostra que sete em
cada dez mulheres não pretendem ter filhos nos próximos anos. As que revelaram
o desejo da maternidade somaram 18% e 12% não souberam responder. Dessa mesma
base que não pretende ter filhos nos próximos anos, 43% afirmaram que essa
decisão está ligada à dificuldade de conseguir um emprego ou se manter no
mercado de trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário