Você já parou para pensar
que tudo o que somos e refletimos em nossas ações cotidianas é reflexo dos
aprendizados que tivemos? Enquanto seres humanos, nascemos prontos para
absorver e reproduzir conhecimento ao longo da vida. Isso é fundamental desde a
execução das atividades mais primárias ligadas à sobrevivência – como se
alimentar, por exemplo – até o estabelecimento dos laços que nos constitui
enquanto sociedade. Afinal, não há evolução sem o compartilhamento de histórias
que deram errado e sem referências de sucesso. Ter essa percepção de que hoje
podemos ser melhores que ontem, e que amanhã seremos melhores que hoje, nos
impulsiona a seguir em frente – em todos os aspectos da vida.
Outro dia li uma frase do
escritor Alvin Toffer que me fez refletir muito sobre o impacto que a busca por
conhecimento tem em nossas vidas. Ele diz que “o analfabeto do século XXI não
será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue
aprender, desaprender e reaprender”. Refletindo sobre a colocação, vi o quão
estratégica é a fomentação de atividades que impulsionam a educação e o
autoconhecimento dentro do ambiente de trabalho e o impacto delas em nossa
evolução profissional e pessoal.
Mesmo com a ascensão de uma
série de recursos e facilitadores, a gestão de pessoas continua sendo um dos
maiores desafios em todas as empresas. Isso é reflexo da complexidade que é a
relação entre pessoas, especialmente no trabalho, ambiente em que as diferenças
de expectativas resultantes da diversidade de personalidades e vivências ficam
muitas vezes em evidência. Por isso, acredito que promover o engajamento de um
time exige uma percepção macro do negócio e disposição de fazer a diferença.
É preciso ter bem
delimitados os perfis dos seus colaboradores, os objetivos de curto e longo
prazo da empresa e acima de tudo suas causas, que nada mais são do que os
motivos que nos fazem levantar todos os dias da cama dispostos a entregar o
nosso melhor. Estabelecer processos cognitivos entre os colaboradores e a causa
da empresa é fundamental para o bom andamento do negócio. Causas estabelecidas
e vivenciadas engajam e exponenciam o interesse em otimizar as entregas.
Para tal, é importante
oferecer ferramentas de capacitação e educação corporativa que tragam não
somente conhecimento técnico e de campo, como também princípios e teorias mais
humanas, que explorem habilidades de comunicação, integração e liderança das
pessoas. Sabe aquela sensação de mind-blowing? É ela que devemos buscar
ao traçar uma experiência educacional para a empresa.
Acredito que quando se trata
de gestão de conhecimento, precisamos traçar estratégias que permitam focar no
que o colaborador está precisando e menos no caminho que o levará até isso.
Isso porque cada indivíduo tem suas particularidades e acrescenta de diferentes
maneiras às atividades do time. Nesse sentido, vejo que a troca de experiência
entre os colaboradores é de extrema importância. Essas experiências podem ser
repassadas por meio da gestão de best practices, por exemplo.
Seja por meio de uma
Universidade Corporativa bem estruturada, cursos de capacitação, treinamentos
periódicos, imersão de campo ou ainda aplicativos que permitem o acesso
instantâneo a informações: o importante é que a estratégia seja de fato útil e
complementar aos conhecimentos dos colaboradores.
É cada vez mais evidente que
o investimento em ferramentas de capacitação multiplataforma alinhadas aos
pilares estratégicos da empresa se faz necessário quando buscamos equipes
motivadas e melhores resultados. É por meio delas que conseguimos transformar
as ofertas em diferenciais competitivos para o negócio e para o cliente.
Provando a importância
dessas estratégias educacionais, uma pesquisa promovida pela consultoria
Deloitte em 2016 apontou um aumento de 42% no número de organizações que
aderiram a equipes dedicadas à prática de educação corporativa – quando
comparado ao último balanço feito em 2014. O estudo, feito com uma amostra de
178 empresas, ainda conclui que houve um crescimento de 14% das que investiram
em Universidades Corporativas e 74% das que apostam em treinamentos
presenciais.
A importância dessas ações
fica ainda mais evidente quando pensamos no tempo de vida que gastamos no
trabalho. Fazendo um cálculo rápido, podemos concluir que uma pessoa que
começou a trabalhar aos 18 anos e que pretende se aposentar aos 55 anos, tendo
um emprego formal com jornada de trabalho de oito horas diárias, ao longo
desses 37 anos, passará o equivalente a 2960 dias trabalhando, que corresponde
a mais ou menos oito anos e quatro meses ininterruptos no ambiente de trabalho.
O que você espera tirar
desses oitos anos e quatro meses da sua vida? Ou melhor: o que você tem feito
para que seus colaboradores extraiam o melhor de si mesmos ao longo desse
período?
Aposte na sua equipe e
disponha de recursos que a possibilite evoluir junto com o negócio. Isso é
fundamental para que as pessoas encontrem um propósito nas suas atividades e,
consequentemente, criem mais vínculos com as causas corporativas. No fim das
contas, quem faz a diferença no mundo são os que acreditam no que fazem e fazem
o que acreditam.
Odair Castro - gerente de
Recursos Humanos da MSD Saúde Animal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário