Luciano Salamacha ressalta a importância de os
profissionais se pautarem pela ética, que traz os valores universais e
racionais para a solução de dilemas
"A
empresa tem um grande cliente que compra o valor de R$1milhão por mês. E, de
repente, o cliente não paga uma duplicata de R$100, bloqueando o fornecimento.
A regra é clara. Quem está devendo, não pode ser fornecido. Se o profissional
que analisar o caso for legalista, vai deixar o cliente "na mão". Se
trabalhar com o senso de justiça, vai entender que aquilo é pequeno diante da
importância de determinada companhia na carteira de vendas e vai atender esse
cliente. Pensando nisso, qual é o valor que determina a violação da regra
corporativa"?
É
com esta reflexão que um dos maiores especialistas em Neuroestratégia e Gestão
de Carreiras do país -também um dos professores mais premiados da FGV Management-,
Luciano Salamacha, aborda um assunto que vem pautando as discussões pelo Brasil
afora, mas voltando o olhar para o mundo corporativo quando o tema é o senso de
justiça dentro das organizações.
Quando
um profissional se depara com tal dilema sobre seu cliente, a maioria está
sujeita a apelar para o bom senso. No entanto, esse ponto pode se tornar outro
problema, já que para avaliar a situação entrará numa escala pessoal.
Considerando que cada indivíduo pode ter sua própria interpretação, isso pode
acarretar em erros estratosféricos no ponto de vista da gestão.
"O
grande macete é que no ambiente corporativo, quanto mais for racional a
análise, mais perto do senso de justiça o profissional pode chegar. Quanto mais
for passional a decisão, envolvendo valores pessoais, se torna mais complexo de
determinar se uma decisão foi justa ou não", explica Salamacha.
De acordo com o especialista, para que o
profissional seja pautado pela decisão correta é importante que os valores
pessoais não sirvam de régua para medir justiça. Salamacha destaca que a
medição para a justiça corporativa é a ética, que engloba os valores universais
e racionais.
Luciano Salamacha - Doutor em
Administração, Mestre em Engenharia de Produção, com MBA em Gestão Empresarial
e Pós-Graduação em Gestão Industrial. Além de palestrante e precursor de
palestra no escuro, atua como consultor de empresas, preside e integra o
Conselho de Administração de companhias nacionais e multinacionais. É professor
em programas de Pós-Graduação e Mestrado em instituições de ensino no Brasil,
Argentina e EUA. Docente no Instituto Olímpico Brasileiro e na FGV Management,
onde foi por sete anos considerado o melhor professor de Estratégia de Empresas
nos MBAs, e um dos poucos professores que foram laureados para o Quadro de
Honra de Docentes. Salamacha também é
autor de quatro livros no Brasil e possui artigos científicos publicados no
País e no exterior. Ainda é pesquisador corporativo e integra o grupo de
pesquisa no CNPq –Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico- sobre Inovação Tecnológica nas Organizações.
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