quarta-feira, 11 de abril de 2018

Especialista explica como o senso de justiça pode influenciar as decisões corporativas


 Luciano Salamacha ressalta a importância de os profissionais se pautarem pela ética, que traz os valores universais e racionais para a solução de dilemas

"A empresa tem um grande cliente que compra o valor de R$1milhão por mês. E, de repente, o cliente não paga uma duplicata de R$100, bloqueando o fornecimento. A regra é clara. Quem está devendo, não pode ser fornecido. Se o profissional que analisar o caso for legalista, vai deixar o cliente "na mão". Se trabalhar com o senso de justiça, vai entender que aquilo é pequeno diante da importância de determinada companhia na carteira de vendas e vai atender esse cliente. Pensando nisso, qual é o valor que determina a violação da regra corporativa"?

É com esta reflexão que um dos maiores especialistas em Neuroestratégia e Gestão de Carreiras do país -também um dos professores mais premiados da FGV Management-, Luciano Salamacha, aborda um assunto que vem pautando as discussões pelo Brasil afora, mas voltando o olhar para o mundo corporativo quando o tema é o senso de justiça dentro das organizações. 

Quando um profissional se depara com tal dilema sobre seu cliente, a maioria está sujeita a apelar para o bom senso. No entanto, esse ponto pode se tornar outro problema, já que para avaliar a situação entrará numa escala pessoal. Considerando que cada indivíduo pode ter sua própria interpretação, isso pode acarretar em erros estratosféricos no ponto de vista da gestão. 

"O grande macete é que no ambiente corporativo, quanto mais for racional a análise, mais perto do senso de justiça o profissional pode chegar. Quanto mais for passional a decisão, envolvendo valores pessoais, se torna mais complexo de determinar se uma decisão foi justa ou não", explica Salamacha.

De acordo com o especialista, para que o profissional seja pautado pela decisão correta é importante que os valores pessoais não sirvam de régua para medir justiça. Salamacha destaca que a medição para a justiça corporativa é a ética, que engloba os valores universais e racionais.




Luciano Salamacha - Doutor em Administração, Mestre em Engenharia de Produção, com MBA em Gestão Empresarial e Pós-Graduação em Gestão Industrial. Além de palestrante e precursor de palestra no escuro, atua como consultor de empresas, preside e integra o Conselho de Administração de companhias nacionais e multinacionais. É professor em programas de Pós-Graduação e Mestrado em instituições de ensino no Brasil, Argentina e EUA. Docente no Instituto Olímpico Brasileiro e na FGV Management, onde foi por sete anos considerado o melhor professor de Estratégia de Empresas nos MBAs, e um dos poucos professores que foram laureados para o Quadro de Honra de Docentes.  Salamacha também é autor de quatro livros no Brasil e possui artigos científicos publicados no País e no exterior. Ainda é pesquisador corporativo e integra o grupo de pesquisa no CNPq –Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- sobre Inovação Tecnológica nas Organizações.


Nenhum comentário:

Postar um comentário