Psicóloga
esclarece os principais medos das mães e como passar por essa nova fase de forma
equilibrada
É difícil para algumas
mães entenderem que os filhos irão crescer. Conforme se desenvolvem, ganham
autonomia e independência, sendo comum o coração de mãe ficar dividido: de um lado
a gratidão por contribuir para o crescimento e do outro a percepção de que cada
vez mais vão se desprender e seguir em frente. De acordo com a psicóloga do
Hospital e Maternidade São Cristóvão, Yara Satie dos Santos, o início da vida
escolar da criança é um desses momentos impactantes para uma mãe. “Os filhos
estão começando na escola cada vez mais cedo, em função de fatores sociais,
familiares e econômicos, por isso muitas mães relutam em aceitar e permitir que
seus filhos tenham independência emocional”, analisa.
Para viver essa nova etapa
de maneira menos conflituosa, o ideal é a família incentivar a autosegurança
nas crianças para enfrentamento de desafios desde bebês, assim se sentirão
capazes de resolver sozinhos novas situações. “Não é raro crianças demonstrarem
recusa ao ambiente escolar, chorarem ao se despedirem e serem encontradas
sorridentes na saída da escola. Tudo faz parte do período de adaptação. Os pais
não devem induzir respostas do filho como forma de justificar a própria recusa
de vê-lo bem com outras pessoas. Somente quando maiores é que conseguem se
expressar e dizer o motivo de não gostarem da escola, cabendo aos pais analisar
o que realmente está acontecendo”, explica a especialista.
Segundo Yara é essencial
que a escolha da escola leve em consideração o perfil da criança, “É um momento
de muitas dúvidas e preocupações, então é importante visitar várias
instituições, solicitar indicações aos mais próximos, priorizar em locais de
fácil acesso para que a criança não se canse no percurso da casa ao colégio,
que o ambiente seja seguro, agradável e adequado à faixa etária do filho”,
aconselha.
Um fator que contribui
para o relacionamento da criança com colegas de diversas idades é o transporte
escolar. Muitos pais não têm disponibilidade de levar e buscar seus filhos, de
tal forma a contratação de peruas escolares é bastante comum. De acordo com a
especialista, além das experiências de convício social, ainda aprendem a
dividir o espaço e cuidar de seus pertences.
Importante lembrar que
cada escola tem formas diferentes de planejar o início de novos alunos. Algumas
possuem um período de adaptação, em que é permitido que o adulto participe da
rotina e gradativamente vá permanecendo menos tempo com a criança. Outras não
oferecem essa possibilidade. “Cabe aos pais preparem os filhos para
reconhecerem suas capacidades para o enfrentamento do novo. Confie nos exemplos
e ensinamentos oferecidos a eles. O amor que as crianças têm pelos pais não
mudará mesmo que elas sejam independentes”, finaliza.
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