A pediatra Dra.
Rafaella Calmon, do Portal Saúde4Kids, alerta que a
doença se antecipou neste ano e aponta respostas para as principais dúvidas com
as quais se depara no atendimento diário em consultórios e hospitais
infantis
A chegada das temperaturas mais
frias já é sinal de tensão para pais com filhos pequenos. E a bronquiolite é
uma das doenças que mais eleva o número de internações nesta época do ano em
hospitais infantis, segundo a pediatra Dra. Rafaella Calmon, do Saúde4Kids. A médica
alerta que os casos já se anteciparam em 2017 e aumentaram consideravelmente em
consultórios e prontos-socorros infantis.
Mas o que é “bronquiolite”? A
pediatra explica que é uma infecção do trato respiratório ocasionada por vírus,
principalmente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mas sabe-se hoje que mais
de 10 tipos de vírus podem causar esse quadro. De acordo com a Dra. Rafaella,
os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que são aproximadamente
60 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo por ano.
A maioria das crianças é infectada
no primeiro ano de vida e todas as crianças serão expostas a estes vírus até o
segundo ano de idade. Podendo recorrer durante toda a vida, mas causando
sintomas respiratórios mais intensos na primeira exposição. “Pacientes com
maior risco de desenvolver quadros mais graves: prematuros, portadores de
cardiopatia congênita, crianças com doença pulmonar crônica, imunossuprimidos,
ou seja, com baixa imunidade como transplantados e em tratamento de câncer, assim
como aquelas portadoras de doenças neurológicas. Além de bebês abaixo de três
meses de idade, mesmo saudáveis”, ressalta a pediatra.
A Dra. Rafaella responde algumas
perguntas recorrentes nos consultórios e hospitais infantis. São:
Como identificar a bronquiolite?
Os quadros costumam iniciar como um
“resfriadinho” comum: coriza, obstrução nasal, seguido de tosse que pode ser
seca ou produtiva (tosse “cheia”). Algumas vezes acompanhado de rouquidão leve,
falta de apetite, febre, vômitos e diarreia, dependendo do agente causador.
Quanto tempo dura?
Costuma durar de 5 a 15 dias de
quadro com intensidade variável, sendo que a maioria das crianças não necessita
de internação, apesar de ser a causa de uma demanda intensa nos
prontos-socorros e clínicas pediátricas.
Quando é preciso atenção extra?
O quadro costuma piorar entre o
terceiro e quinto dia de evolução, tosse mais intensa e até crises de tosse e
cansaço. É preciso ficar atento quando: cansaço muito intenso com respiração
rápida, barriguinha “afundando” quando respira, a criança fica “molinha” mesmo
sem febre e quando parece que a criança está muito pálida ou “roxinha” na boca,
face ou pés e mãos.
Como tratar?
O tratamento deve ser orientado pelo
pediatra ou médico da família que atende a criança. Lavagem nasal com soro fisiológico
e hidratação com grande oferta de líquidos sempre ajudam e são indicados desde
os primeiros sintomas. Tudo com prescrição médica.
É possível prevenir?
Sim. Evite lugares cheios e fechados
nos períodos de maior incidência. Não deixe pessoas resfriadas ou doentes
visitarem o seu bebê, principalmente recém-nascido. Se alguém em casa estiver
resfriado, intensificar a lavagem das mãos e estimular o uso de álcool gel.
Para as mães que amamentam, caso tenham este quadro, as orientações são as
mesmas e devem procurar amamentar usando máscara, mas o principal agente são as
mãos, então, cuidado redobrado.
Em que época do ano e regiões é mais
comum?
Esses quadros são mais frequentes
nas estações mais frias do ano. E em regiões mais quentes ocorrem o ano todo de
maneira regular. No Brasil, os picos de incidência variam de acordo com a
região, mas sabe-se que a grande maioria dos casos acontece entre os meses de
abril e julho.
Dra. Rafaella Gato Calmon - médica
pela Universidade Federal do Pará –UFPA-; pediatra pelo Hospital Infantil Darcy
Vargas, cardiologista infantil pelo Incor-Universidade de São Paulo; com
títulos de especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e,
em cardiologia infantil, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Também é
mamãe dos gêmeos Bárbara e Rafael.
Fonte: Saúde4Kids
Nenhum comentário:
Postar um comentário