Levantamento
feito pela agência Dim&Canzian cria termo “Transparencidade” (junção de
“transparência” e “cumplicidade”) para definir os valores mais importantes
nesse momento de Brasil
Olhar os brasileiros de perto e perceber como a
crise está influenciando as suas vidas. Com este objetivo, a agência
Dim&Canzian realizou um estudo nacional para entender os novos valores dos
brasileiros em novos tempos, novas tecnologias e mudanças sociais.
O levantamento foi feito nas cinco regiões do
Brasil e entrevistou, em profundidade, dezenas de brasileiros, somado à
metodologia de etnografia. Foram 16 mil quilômetros percorridos, mais de 40
horas de voo e mais de 50 horas de entrevistas gravadas pela equipe da
Dim&Canzian.
Os resultados trouxeram 10 big insights em áreas
como saúde, alimentação, redes sociais, relacionamentos, consumo, mobilidade,
além dos principais valores que vêm ganhando força e que movem as pessoas.
“Essa pesquisa veio com a missão de decifrar o
que estão pensando os brasileiros desses muitos ‘Brasis’ que há no Brasil e nos
trazer uma leitura contemporânea desse momento tão singular que estamos
vivendo, globalmente”, explica Samantha Barbieri, Diretora de Planejamento e
Pesquisa da
Dim&Canzian e também curadora do estudo.
Dim&Canzian e também curadora do estudo.
O retrato desta nova sociedade pode ser definido
em 10 “big insights”:
1 - Relações: Em tempos
de incerteza econômica, os brasileiros estão estreitando os laços e apertando o
nó. Sair de casa ficou mais caro, mas nem por isso as pessoas pararam de se ver
ou celebrar suas conquistas. As reuniões em casa, em torno da mesa para comer e
beber com amigos e parentes, ganham força; assim como as relações familiares.
“Menos consumo se traduz em mais relações”, conta Samantha.
2- Consumo consciente: Em
tempos de crise, quem comprava por impulso passou a pensar duas vezes antes de
adquirir supérfluos. A preferência é pelos itens básicos para casa. A recessão
criou uma alavanca para o consumo mais consciente. Outra tendência é a procura
maior por produtos usados e a venda direta entre amigos e vizinhos. A internet
também impulsionou esta tendência, com sites que oferecem produtos de segunda
mão com preço convidativo. A tendência da cultura maker, do faça-você-mesmo,
ganha força. O mercado de assistência técnica aumenta porque as pessoas têm
interesse em consertar ou reformar os produtos. “As marcas começam a ser
responsáveis pelo ciclo de vida dos aparelhos. Elas terão de lidar com o um
novo ciclo do produto: o pós vida útil”, ressalta Samantha. A questão da
mobilidade também ganha destaque: os carros estão sendo deixados de lado porque
as pessoas não podem mantê-los, em um primeiro momento. Depois, as pessoas
aderem a esse novo mindset de mobilidade e encontram outras maneiras de se
locomover pelas cidades.
3 - Saúde: o investimento
em saúde é o último gasto que o brasileiro considera cortar ou reduzir. Ter um
plano de saúde se mantém como prioridade, já que a rede pública continua não
transmitindo confiança para os usuários. Como alternativa, começa a surgir um
segmento de atendimento express em clínicas e consultórios com preços
populares.
4 - Alimentação: produtos
industrializados estão perdendo espaço para comida feita em casa com alimentos
mais saudáveis. Este crescimento vem promovendo um boom na demanda por conteúdo
culinário na TV e no YouTube.
5 – Redes sociais: Em
um mundo onde as pessoas não são ouvidas e se sentem cada vez mais sem voz, as
redes sociais ganham status de palanque e militância, gerando empoderamento.
Com a crise, as mídias sociais também viram alternativa de entretenimento
possível.
6 - Marcas: os
consumidores dependem cada vez menos das marcas para formar sua identidade e
têm paixão por empresas que entreguem um serviço além do seu business. A crise
tem gerado oportunidades para marcas novas, sem histórico. “Não se aplica só a
produtos de consumo. Startups em todos os segmentos vêm ganhando espaço. Até
mesmo no setor financeiro, onde conquista principalmente, os jovens”,
complementa Marcio Canzian, Chief Media Officer da Dim & Canzian.
7 - Geração de renda: a
segunda e até terceira fonte de renda estão se tornando comuns em tempos de
recessão. As pessoas estão transformando hobbies e expertises em negócio, com
versatilidade e criatividade.
8 – Sonhos e medos: o
maior medo é o de FRACASSAR. Ainda assim, o maior sonho é ter tempo e,
consequentemente, tranquilidade. O brasileiro quer “ser”, mesmo que para isso
precise “ter” menos. “As pessoas têm aderido ao home office, elas querem ter
mais flexibilidade no trabalho”, destaca Samantha.
9- Futuro do Brasil: se
pudessem mudar um único aspecto do País seria a educação. A resposta foi
unânime: 100% dos entrevistados destacaram este quesito quando falam e pensam
em novos valores para o futuro.
10 - Valores: Transparência
e Cumplicidade foram os dois valores que mais se destacaram entre os
entrevistados. Este novo brasileiro quer transparência dos partidos políticos,
das operadoras de telefonia, do síndico; e cumplicidade de quem está ao seu
lado e das marcas com as quais se relaciona. Para definir a importância destes
valores e do exercício deles, foi criada a palavra “Transparencidade”. “A
palavra não existe no dicionário, mas já está no coração do brasileiro. Só
tomamos a liberdade de criar um nome”, reforça Michele Dim Dippolito, Chief
Creative Officer da Dim & Canzian.
Artigo muito interessante! Falando sobre renda extra, o mercado das vendas diretas também atrai tradicionalmente muita gente. Alguns números em relação disso tem aqui: http://aulaplus.com.br/o-que-e-venda-direta-historico-e-fatos
ResponderExcluirSucesso a todos!