Esse transtorno do sono reduz a
qualidade de vida e atrapalha o dia a dia de muitos brasileiros
O
dia só começa bem após uma boa noite de sono. Infelizmente,
muitas pessoas sentem dificuldade para adormecer à noite, despertam
muito cedo ou não se sentem descansadas após dormir. “A insônia é um
transtorno do sono que reduz a qualidade de vida e pode causar problemas de
saúde como mudanças de humor, redução do desempenho no trabalho, assim
como acidentes”, explica o Dr. Rafael Brandes Lourenço, psiquiatra do
Hospital Estadual Mário Covas e especialista em medicina do sono e
psicogeriatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
De
acordo com o Instituto do Sono, estima-se que o problema atinja entre 30% a 50%
da população e em 10% de forma crônica. As mulheres e idosos são os
mais afetados, porém qualquer pessoa pode apresentar um quadro de insônia
ocasionalmente. “Quem tem algum tipo de transtorno cerebral, como
depressão, ansiedade ou transtorno de estresse pós-traumático ou está
exposto ao estresse fica mais propenso a apresentar insônia. Além disso,
quem trabalha à noite ou não tem um horário fixo para dormir também é
afetado”, diz Lourenço.
As
causas para o problema podem variar. Os maus hábitos de
sono acarretam insônia. Sendo assim, quem apresenta horários
irregulares para dormir, dormindo e acordando em horários diferentes todos os
dias, realiza atividades estimulantes antes de deitar ou
dorme em ambientes inapropriados e desconfortáveis, como em um
lugar muito iluminado, costuma dormir mal. Alguns medicamentos, cafeína e
álcool também podem desencadear o transtorno. “Existe uma diferença
entre uma pessoa que não dorme porque o ambiente é inadequado, e aquela que não
dorme bem em qualquer situação.
Este último é o caso da insônia. Quem sofre de
insônia e está sendo prejudicado nas atividades diárias precisa procurar
um especialista para saber o que está causando o problema e buscar
uma forma de tratamento”, ressalta Lourenço.
O
diagnóstico é realizado após um exame físico e de sangue para checar como
está a saúde. Em casos específicos, solicita-se que o paciente vá até um centro
especializado onde é feito o monitoramento das atividades corporais
enquanto a pessoa dorme, incluindo as ondas cerebrais, respiração,
batimentos cardíacos e movimentos dos olhos e do corpo,
conhecido como polissonografia.
Para
voltar a ter um sono saudável, uma mudança de hábitos pode ser sugerida. Se não
funcionar, o especialista pode prescrever medicamentos para ajudar a
iniciar e manter o sono. “Lembrando que apenas um médico pode indicar o
medicamento mais adequado, assim como a dosagem e duração do tratamento. A
pessoa não deve se automedicar, pois pode prejudicar a saúde. Cada
pessoa tem necessidades de sono diferentes. O ideal é dormir de 7
a 8 horas por noite”, afirma o psiquiatra Dr. Rafael Brandes
Lourenço.
Confira
algumas dicas para evitar a insônia e ganhar qualidade de vida:
- torne
seu quarto um ambiente confortável e próprio para o sono;
-
torne o período antes de dormir um ritual, e faça atividades relaxantes;
-
evite dormir com luzes acesas ou televisão ligada; notebooks, celulares e
computadores contém luz azul que podem inibir a melatonina e atrapalhar o
início do sono;
-
estabeleça um horário fixo para dormir e acordar e tente utilizar a cama apenas
para dormir e atividade sexual;
-
evite ou diminua o consumo de cafeína e álcool;
- atividade
física promove uma boa noite de sono, desde que realizada longe do horário de
dormir.
Dr. Rafael Brandes Lourenço – psiquiatra pela Associação Brasileira de
Psiquiatria (ABP). Psicogeriatra e médico do sono pelo Instituto de Psiquiatria
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.