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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Câncer não é questão de sorte



Prevenção ainda é a melhor saída para combater a doença, que atinge 20 milhões de pessoas anualmente, no mundo

No dia 8 de abril, é celebrado o Dia Mundial do Combate ao Câncer. A doença atinge, por ano, cerca de 20 milhões de pessoas no mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Só no Brasil, são aproximadamente 600 mil novos casos anuais. Recentemente, um estudo americano publicado na revista Science revelou que 66% dos casos são conseqüências de mutações genéticas, 29% são decorrentes de fatores ambientais e, ainda, 5% têm causa hereditária. Para Leonardo Pimentel, radio-oncologista da Radiocare, apesar de em um primeiro momento essas estatísticas passarem a impressão de que a doença é fruto do acaso, não é bem assim.
“Não é como se não houvesse nada a fazer além de esperar. Ao contrário, precisamos fazer nossa parte, cerca de um terço dos casos podem ser evitados pela prevenção”, frisa. Além disso, segundo dados da Cancer Research UK – órgão britânico que pesquisa o câncer, 42% dos diagnósticos identificados precocemente chegam à cura.
Pode parecer contraditório, mas, na prática, ocorrem causas multifatoriais para o surgimento de tumores. “Grande parte dos quadros diagnosticados são resultado de mutações genéticas, porém, elas também podem ser desencadeadas por fatores ambientais. Isso porque para que exista um tumor são necessárias duas ou mais alterações”, explica Pimentel. Por isso, o médico recomenda a todos um estilo de vida saudável que, segundo ele, é primordial para a prevenção.
O radio-oncologista listou uma série de fatores que aumentam as chances de ter a doença e podem ser evitados:

Alimentação inadequada – a ingestão em excesso de determinados alimentos como carnes processadas e embutidos, e carnes vermelhas, no geral, aumenta o risco da doença. “Ainda não é comprovado que uma dieta rica em gorduras tenha relação direta com câncer, no entanto, é sabido que o excesso de peso e a obesidade estão associados a um aumento do risco de vários  tipos de câncer, incluindo mama, cólon, útero, rim e esôfago”, afirma. 

Sol em excesso - A radiação ultravioleta (principalmente os raios UVB) originada do sol é a principal responsável pelo desenvolvimento do câncer de pele. “Os efeitos do sol em nosso corpo são cumulativos e, por isso, é preciso se proteger durante toda a vida”. Leonardo ressalta a importância de se usar protetor solar e evitar exposição direta ao sol nos períodos do dia em que o sol é mais forte. “Bloqueadores físicos, como chapéus e roupas com fator de proteção, também são bem vindos”, pontua.

Fumo - O consumo de tabaco é uma das principais causas do câncer e o mais simples de ser evitado. “O fumo ativo e passivo está entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento deste grupo de doenças e responde pela maioria dos casos de câncer de pulmão, cabeça e pescoço, bexiga e esôfago”, afirma o radio-oncologista. 

Álcool - O consumo regular de álcool está associado a um maior risco de vários tipos de câncer como os de: faringe, esôfago, laringe, reto, fígado e mama. Indiretamente também pode aumentar o risco do câncer do fígado, pois a cirrose hepática é um importante fator de risco.

Sedentarismo – Há índicos de que o sedentarismo seja responsável por alguns tipos de câncer, mesmo em pacientes com peso corporal adequado. Além disso, como dito anteriormente, o excesso de peso é fator de risco para o surgimento de câncer. “O contrário também acontece, há estudos que apontam a atividade física regular como boa forma para redução de cânceres de fígado, cólon, pâncreas, mama e estômago”. 

 

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