Doença neurológica não tem cura e é
mais comum em mulheres, destaca neurologista do CEJAM Envato
Ter dor de cabeça já é desconfortável, imagine, então, quando ela
surge muito mais intensa do que o normal e persiste por um período de 4 a 72
horas ininterruptas. Essa é a realidade de mais de um bilhão de pessoas ao
redor do mundo, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS). Só no Brasil, 30 milhões contam com o diagnóstico.
A doença neurológica se caracteriza principalmente pela dor de
cabeça pulsante, que pode afetar um ou ambos os lados da cabeça. Em casos mais
graves, a condição pode ser, ainda, acompanhada de náuseas, vômitos e extrema
sensibilidade ao som ou à luz.
Infelizmente, ela nem sempre é levada a sério e, muitas vezes, é
minimizada com sugestões simplistas. Quem nunca ouviu um "toma um remédio
que passa"? Mas será que passa mesmo?
Com o intuito de esclarecer o assunto, o Dr. Nicéas Tadeu de
Oliveira Rodrigues, neurologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr.
João Amorim”, desmistifica o tema. Confira abaixo:
Enxaqueca é uma condição genética?
VERDADE, em partes! Embora a enxaqueca seja influenciada por
fatores genéticos e muitos pacientes com essa condição tenham um histórico familiar
da doença, outros fatores como alimentação, alterações hormonais e questões
emocionais também desempenham um papel importante em seu aparecimento.
Existe uma fase específica da vida em que a enxaqueca é mais
provável de se desenvolver?
MITO! A enxaqueca pode se manifestar em qualquer fase da vida, não
há um período específico que seja mais propício para o seu desenvolvimento.
É possível prevenir uma crise de enxaqueca?
VERDADE! As crises de enxaqueca podem ser minimizadas ao
identificar e controlar os gatilhos que as desencadeiam. Por isso, é importante
observar os sinais que o seu corpo dá e buscar os cuidados adequados.
E cura, tem?
MITO! Infelizmente, até o momento, não existe uma cura para a
enxaqueca. No entanto, tratamentos eficazes estão disponíveis para ajudar a
gerenciar os sintomas durante uma crise e, em casos de crises frequentes e
intensas, também há tratamentos preventivos disponíveis.
A atividade física piora a enxaqueca?
MITO! Na verdade, a atividade física regular pode contribuir para
a manutenção de um organismo saudável e aumentar a resistência a várias
doenças, incluindo a enxaqueca.
A alimentação pode influenciar o aparecimento da enxaqueca?
VERDADE! Certos alimentos e bebidas podem desencadear crises de
enxaqueca em algumas pessoas. Portanto, é importante identificar e evitar esses
gatilhos alimentares.
De maneira geral, é recomendável que pessoas com enxaqueca evitem
produtos que contêm adoçantes artificiais. Além disso, alimentos processados
como mortadela, presunto, salame, bacon, salsicha e linguiça, que são ricos em
nitratos e nitritos, podem dilatar os vasos sanguíneos e intensificar as dores
de cabeça.
Bebidas como refrigerantes, café e chá mate, que contêm cafeína,
devem ser limitadas, já que o estimulante pode afetar a circulação sanguínea.
Laticínios, incluindo queijos, leite e iogurte, também, pois contam com
tiramina, um composto que pode desencadear crises de enxaqueca.
Por fim, frutas cítricas e chocolates, conhecidos por suas
propriedades potencialmente desencadeadoras, devem ser consumidos com
moderação.
As mulheres são mais propensas a sofrer de enxaqueca?
VERDADE! A enxaqueca é mais comum em mulheres, em grande parte
devido às flutuações hormonais que ocorrem no corpo feminino, podendo ser potencializada
por preocupações excessivas, ansiedade, tensão e estresse.
Assim, as mulheres têm duas a três vezes mais chances de sofrer de enxaqueca do que os homens.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial