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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Retratos de uma espera que nunca acaba



 CICV realiza  em Brasília mostra fotográfica  sobre famílias de pessoas desparecidas  



MarizildaCruppeCIC


No próximo dia 16 de maio, terça-feira, às 19h, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) inaugura no Anexo do Museu Nacional da República, em Brasília, a mostra “A falta que você faz”, da fotógrafa Marizilda Cruppe, sobre as consequências do desaparecimento de uma pessoa na vida de seus familiares. Como parte da programação do evento, serão realizados percursos comentados com acompanhamento da fotógrafa, e uma palestra sobre o tema com a coordenadora de Proteção do CICV, Marianne Pecassou. A exposição fica em cartaz até o dia 11 de junho, com visitação de terça a domingo, das 9h às 18h30. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.

À convite do CICV, entre agosto de 2016 e março de 2017, Marizilda Cruppe visitou as casas de familiares de desaparecidos que moram em Curitiba, Maceió, Rio de Janeiro e São Paulo. Ouviu as histórias de pais, filhos, avós e tios de pessoas que por uma razão qualquer ou sem razão nenhuma simplesmente despareceram sem deixar bilhetes de despedida, nem pistas. Ao entrar nas casas – em geral, espaços com uma grande carga emocional e relação com as histórias dos desaparecidos –, Marizilda se aproximou dessas pessoas para entender em grande medida a extensão e impacto dos desaparecimentos sobre os que ficam à espera de uma notícia.

O resultado desse trabalho se traduz em cerca de 40 imagens, retratos de familiares de pessoas desaparecidas que ainda esperam pelo retorno do seu ente querido ou por um desfecho para histórias que se arrastam por anos, às vezes décadas, sem nenhum tipo de informação.  Com seus retratos, Marizilda Cruppe lança um olhar empático e sensível sobre a questão do desaparecimento e suas consequências para os que ficam, levando o espectador a uma reflexão a respeito de um problema comum a milhares de pessoas e famílias ao redor do mundo.

São histórias como a de Lucineide Damasceno. “Os anos estão passando e eu não sei mais onde procurar. O dia que eu encontrar o Felipe, que Deus me segure, porque eu não sei qual vai ser minha reação. As pessoas não evaporam”, afirma Lucineide, mãe de Felipe, que há nove anos aguarda notícias do paradeiro do filho.

A fotógrafa já havia trabalhado com o CICV. Durante cinco anos, Marizilda fotografou moradores de comunidades afetadas pela violência no Rio de Janeiro e os programas desenvolvidos pela organização para responder às consequências humanitárias dessa violência.  Ao realizar este novo trabalho de forte cunho humanitário, Marizilda registra a angústia de famílias em uma espera que parece ser eterna, ao mesmo tempo que reúnem forças para enfrentar um problema tão complexo e devastador.

O chefe da Delegação do CICV para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Lorenzo Caraffi, lembra que “segundo o direito internacional, os Estados têm a obrigação de prevenir que as pessoas desapareçam; precisam buscar e localizar as pessoas desaparecidas e adotar uma reposta integral em relação às necessidades dos familiares. Não é uma tarefa fácil, mas é um caminho que precisa ser percorrido".
Nem no Brasil nem no mundo existem dados oficiais sobre o número de pessoas desparecidas, nem das pessoas e comunidades afetadas, o que dificulta em grande parte compreender a exata dimensão de drama humanitário vivido diariamente por milhares de pessoas.  
 



Dimensão humanitária global

Países de muitos continentes vivem este drama.  Na América Latina, estima-se que pelo menos 85,9 mil pessoas tenham desaparecido na Colômbia em consequência do conflito armado ou de outras circunstâncias. Na Guatemala, a Comissão para o Esclarecimento Histórico reportou que 45 mil pessoas desapareceram em decorrência do conflito armado interno, sendo que 40 mil ainda não foram encontradas. Já no Peru, 15.731 pessoas ainda estão desaparecidas em decorrência do conflito armado que durou de 1980 a 2000.

Na Armênia, no Azerbaijão e na Geórgia, 7,5 mil pessoas foram registradas como desaparecidas em diferentes conflitos armados. Já na Albânia e na antiga Iugoslávia, mais de 14 mil pessoas continuam desaparecidas desde os anos 1990. Situação igualmente dramática é vivida pelo Sudão do Sul, onde mais de 10 mil crianças foram registradas como desacompanhadas, separadas ou desaparecidas.


Programação
Como parte da programação da mostra, serão realizadas visitas guiadas com a fotógrafa Marizilda Cruppe nos dias 18 de maio, quinta-feira, às 17h, e em 20 e 21 de maio, sábado e domingo, às 16h. Ainda no dia 18, às 15h, acontece a palestra “Viver com a ausência - A questão das pessoas desaparecidas no mundo e suas consequências humanitárias”, com a coordenadora de Proteção do CICV, Marianne Pecassou.


Sobre a fotógrafa
De técnica em mecânica e estudante de Engenharia, passando a candidata a piloto de avião, Marizilda Cruppe encontrou sua vocação no fotojornalismo. Trabalhou em veículos de imprensa, tornou-se uma profissional independente, fundou um coletivo com outras mulheres fotógrafas – o coletivo EVE Photographers que durante cinco anos teve seu trabalho exibido e publicado em dez países –, foi instrutora de fotografia e participou de diversas premiações fotográficas internacionais – entre elas o maior e mais prestigiado concurso de fotojornalismo mundial, o World Press Photo, no qual foi jurada por duas vezes. Já fotografou para Greenpeace, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras, Oxfam e Banco Mundial, e colaborou com The New York Times, The Guardian, National Geographic France, The Global Post, Svenska Dagbladet, Expressen, Trip, TPM e GQ.


Sobre o CICV
Com mais de 150 anos de ação humanitária, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) trabalha no mundo todo para levar proteção e assistência às pessoas afetadas por conflitos e por outras situações de violência e para promover as leis que protegem as vítimas da guerra. É uma organização independente e neutra e o seu mandado se origina das Convenções de Genebra, de 1949. Com sede em Genebra, Suíça, a organização tem cerca de 16 mil colaboradores em 80 países. O CICV faz parte do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a maior rede humanitária do mundo, presente em cerca de 190 países.


Frases de familiares 
“Eu tenho do direito de saber onde foram parar os restos mortais do meu marido, não é? Eu e os meus filhos, toda a família, procuramos encontrar, resgatar essa história, que é muito difícil. Porque afinal de contas eu passei a vida inteira nessa luta, sempre esperando notícias, sempre querendo saber. Eu acho que é um direito de todos." -  Elza Miranda, esposa do desaparecido Jayme Amorim Miranda.

“Os anos estão passando e eu não sei mais onde procurar. O dia que eu encontrar o Felipe, que Deus me segure, porque eu não sei qual vai ser minha reação. As pessoas não evaporam.” – Lucineide Damasceno, mãe do desaparecido Felipe Damaceno Machado.

“Minha mãe tomou a frente. Ela era guerreira. A minha mãe procurou até morrer. Ela nunca parou. Só ia acreditar vendo o corpo. Ela viveu pra isso. Tinha muitos filhos, mas a luta dela era encontrar o Joel.” –  João Vasconcelos, irmão do desaparecido Joel Vasconcelos.


Serviço:

A falta que você faz
Mostra fotográfica de Marizilda Cruppe
Sobre o drama das famílias de pessoas desparecidas
Realização: Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Local: Anexo do Museu Nacional da República
           Esplanada dos Ministérios – Brasília-DF
Abertura: 16 de maio, às 19h
Visitação: De 17 de maio a 11 de junho
                  De terça a domingo, das 9h às 18h30
Entrada: Franca
Classificação: Livre para todos os públicos  


Visitas guiadas com a fotógrafa Marizilda Cruppe
Dia e horário: 18 de maio, quinta-feira, às 17h
Dia e horário: 20 e 21 de maio, sábado e domingo, às 16h
Entrada: Franca
Classificação: Livre para todos os públicos  


Palestra
Viver com a ausência - A questão das pessoas desaparecidas no mundo e suas consequências humanitárias
Com a coordenadora de Proteção do CICV, Marianne Pecassou
Dia e horário: 18 de maio, quinta-feira – 15h
Entrada: Franca
Classificação: Livre para todos os públicos  




Apenas 27,5% do público-alvo se vacinou contra gripe, até o momento



Balanço do Ministério da Saúde mostra que cerca de 13,6 milhões de pessoas foram vacinadas, de um total de 54,2 milhões do público-alvo. A vacina está disponível até o dia 26 de maio 


Faltando menos de 20 dias do fim da 19ª Campanha Nacional de Vacinação Contra Gripe, apenas 13,6 milhões de brasileiros procuraram os postos de saúde em todo o país. O número representa 27,5% do público-alvo, formado por 54,2 milhões de pessoas consideradas mais vulneráveis para complicações da gripe. A meta, neste ano, é vacinar 90% desse público até o dia 26 de maio, quando termina a campanha. O Dia D de mobilização nacional para vacinação ocorrerá no sábado, dia 13 de maio.

O Ministério da Saúde adquiriu 60 milhões de doses da vacina, garantindo estoque suficiente para a vacinação em todo o país. A coordenadora Nacional do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, alerta sobre a importância do público-alvo se imunizar dentro do prazo de vacinação para evitar a gripe e seus possíveis agravamentos. “É de fundamental importância que a população-alvo busque, o quanto antes, os postos de vacinação para garantir a proteção contra a influenza, principalmente neste período, que antecede o inverno”, destacou. 

Os estados do Sul, Paraná (53,1%), Rio Grande do Sul (47,2%) e Santa Catarina (43,3%) estão com a maior cobertura vacinal do país, até o momento. Já os estados com menor cobertura são: Piauí (10,1%), Pará (11,4%) Mato Grosso do Sul (11,6%), Roraima (12,1%) e Alagoas (15,7%). Entre os públicos-alvo, os profissionais de saúde registraram a maior cobertura vacinal, com 1,5 milhão de doses aplicadas, o que representa 37,3% deste público, seguindo pelos idosos (34,5%) e puérperas (30,7%).

Os grupos que menos se vacinaram são indígenas (13,9%), crianças (15,9%), professores (16,6%) e gestantes (22,9%). Entre as regiões do país, o Sul apresentou o melhor desempenho em relação à cobertura vacinal contra a influenza, com 48,5%, seguida pelas regiões Sudeste (28,3%); Centro-Oeste (23,2%); Nordeste (19,5%) e Norte (16%).

Desde o dia 17 de abril, a vacina contra a gripe está disponível nos postos de vacinação para crianças de seis meses a menores de cinco anos; pessoas com 60 anos ou mais; trabalhadores de saúde; povos indígenas; gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto); população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais, além dos professores que são a novidade deste ano.

Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis, que inclui pessoas com deficiências específicas devem apresentar prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receber a vacina, sem a necessidade de prescrição médica. A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.

VACINAÇÃO NAS ESCOLAS – O Ministério da Saúde está incentivando os estados e municípios a vacinarem os professores contra a gripe no ambiente escolar. A ideia é que os educadores sirvam de exemplo para os alunos e reforcem a importância da vacinação como medida de prevenção de doenças.

Este é o primeiro ano que os professores, tanto da rede pública como privada, passam a fazer parte do público-alvo da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza. Cerca de 2,3 milhões de profissionais da educação poderão se vacinar contra a gripe, sendo 30 mil no Distrito Federal. Para a mobilização nacional, no mês de abril, foram enviadas cartas ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) convidando os gestores a estimularem a participação das escolas na vacinação tantos dos professores contra a gripe quanto das crianças e adolescentes contra HPV e Meningite C.

A medida reforça a importância do profissional de educação na estratégia de imunização, já que os professores têm contato diário com dezenas de pessoas e assumem papel de destaque ao proteger sua própria saúde, servindo de exemplo para seus alunos e a comunidade escolar. O município que aderir a essa mobilização poderá garantir ainda mais altas coberturas vacinais na sua cidade, evitando doenças e possibilitando uma vida mais saudável para a população.

PREVENÇÃO - A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto; não compartilhar objetos de uso pessoal; além de evitar locais com aglomeração de pessoas.

É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe - especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações - devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração. 

Estado
Vacinação contra a gripe – até 05 de maio
População prioritária
Doses aplicadas
Cobertura vacinal (%)
RO
302.412
56.322
17,60
AC
170.024
48.782
26,47
AM
869.062
172.648
18,76
RR
150.116
19.368
12,14
PA
1.491.529
179.718
11,36
AP
139.546
36.300
23,77
TO
292.131
69.436
22,11
NORTE
3.414.820
582.574
16,03
MA
1.390.900
272.851
18,17
PI
645.402
70.648
10,13
CE
1.776.416
353.313
18,86
RN
669.091
158.104
22,26
PB
853.196
390.262
43,08
PE
1.887.670
277.388
14,06
AL
636.571
105.897
15,75
SE
408.849
93.989
21,78
BA
2.900.022
587.199
19,14
NORDESTE
11.168.117
2.309.651
19,52
MG
4.118.983
1.305.702
29,86
ES
722.718
246.552
32,03
RJ
3.643.069
713.173
18,78
SP
8.999.513
2.934.336
31,15
SUDESTE
17.484.283
5.199.763
28,32
PR
2.242.191
1.267.234
53,10
SC
1.267.596
589.090
43,25
RS
2.517.391
1.251.228
47,16
SUL
6.027.178
3.107.552
48,54
MS
582.399
72.600
11,66
MT
623.834
98.967
14,73
GO
1.219.467
434.016
33,72
DF
498.646
116.949
22,27
CENTRO-OESTE
2.924.346
722.532
23,25
TOTAL
41.018.744
11.922.072
27,51

Amanda Mendes
Agência Saúde


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