Entenda por que
quem vive preocupada demais com a opinião dos outros, tentando sempre agradar,
acaba se esquecendo do que realmente importa para si e, pior, nunca consegue
agradar a todo mundo.
Você conhece a “síndrome da boazinha”? É um termo criado
pela psicóloga Harriet B. Brakier e título de seu livro que fala sobre a
compulsão de agradar. Sabe aquelas pessoas que estão sempre prontas a ajudar,
que nunca dizem “não” e que pensam sempre nos outros em primeiro lugar? Por que
será que elas fazem isso? Segundo a orientadora emocional para mulheres, com
foco em relacionamentos, Camilla Couto, o maior dos motivos é: para agradar.
“Nos meus atendimentos, me deparo constantemente
com esse mesmo quadro: pessoas incríveis que vivem na falta porque priorizam
sempre os outros. Elas quase não têm tempo para si mesmas porque passam seus
dias sendo boazinhas demais com o parceiro, com os filhos, com as amigas, com
os pais, com o chefe, com os vizinhos, a lista é interminável”, enfatiza
Camilla. E, sim, Camilla explica que, para elas, é muito importante tentar
agradar a todos: “muitas vezes, deixam até de tomar decisões sobre a própria
vida por medo de não serem aceitas pelas pessoas que lhe cercam”.
Essa história parece familiar para você? Pois saiba
que esse tipo de atitude só prejudica. “Viver sob a visão alheia sobre o que
somos, o que fazemos e o que nos acontece está longe de ser a o caminho da
felicidade”, revela a orientadora, que segue: “pelo contrário, pode trazer
muita frustração e a sensação de falta e vazio”. Pare e pense: enquanto você
está sendo boazinha demais com os outros, quem está sendo boazinha com você?
Para Camilla, viver em busca da aprovação externa significa viver
constantemente com dois sentimentos:
1) Impotência por não
ser capaz de agradar a todos
“Vivemos em ansiedade, pensando muito a cada
decisão tomada. Vou agradar? Vão me aceitar? O que será que minha mãe vai
dizer? Será que meu marido vai gostar? Minhas amigas vão aprovar? Pense em
quantas vezes você deixou de fazer algo para agradar aos outros e ainda assim
foi criticada. Ou então, nas vezes em que você fez algo a alguém e não foi
reconhecida. Eu aposto que essas duas situações já aconteceram com você. Mas
não vão se repetir se você entender de uma vez por todas que os outros não
podem ser a base da nossa conduta, a opinião alheia não pode ser o motivo da
nossa alegria (ou da nossa tristeza) e as críticas externas não podem, jamais,
ser a baliza das nossas decisões pessoais. Toda vez que a gente faz (ou deixa
de fazer) algo, tem sempre alguém para criticar. Portanto, em vez de se sentir
impotente por não conseguir agradar a todos, priorize o seu bem-estar. Faça por
você. Seja boa para si mesma!”
2) Vazio constante
por não fazer o que realmente se quer
“Mesmo que esteja lá, guardadinha, essa sensação
incomoda, de forma silenciosa. Quando agimos pelos outros, deixamos de fazer
coisas por nós mesmas. E agradar aos outros não pode ser mais importante do que
agradar a si mesma. Caso contrário, vivemos na falta, no vazio. E quando somos
boazinhas demais com os outros e não nos colocamos em primeiro lugar, vamos,
aos poucos, perdendo a alegria de viver. Essa frustração pode estar diluída em
tudo, causando apatia, tristeza e até depressão. Geralmente, temos impulsos,
vontades, que são prontamente silenciados por aquela frase cruel tão familiar:
“o que os outros vão pensar?”. Mas, chega! Não condicione sua própria
felicidade à opinião e à aceitação dos outros. Satisfaça suas próprias
necessidades e vontades. Faça o que quer fazer independentemente do que os
outros vão pensar de você”.
Segundo Camilla, quem se ama de verdade, se
prioriza e busca agradar a si mesma em primeiro lugar e, a partir da própria
alegria e satisfação, acaba mostrando, a todos que a cercam, que as decisões
tomadas são assertivas e condizentes com seus desejos pessoais. Ela sugere um
exercício: “imagine-se completamente livre. Se você não tivesse que dar
satisfação a ninguém, se não houvesse mais ninguém que pudesse criticar suas
atitudes, o que você faria?”. A resposta pode ser surpreendente.
Outro exercício aplicado por Camilla é levar muito
a sério o empoderamento pessoal: “encoraje-se! Comece com pequenas atitudes,
faça suas próprias escolhas. E veja como se sente. Muitas vezes, achamos que
vamos ficar mal com as críticas, sem perceber que elas, na verdade, já existem!
Na hora da tomada de decisão, só nossas expectativas de agradar é que estão
sendo satisfeitas, é uma ilusão”.
Camilla Couto - Orientadora Emocional para
Mulheres, com foco em Relacionamentos. Criadora/ autora do Blog das Amarildas e
fundadora do PAR - Programa Amarildas de Relacionamentos. Orientadora
emocional, Terapeuta Floral (TF-153-17/SP) e Contoterapeuta, viveu durante 8
anos no exterior conhecendo diferentes culturas e comportamentos. No blog
amarildas.com.br, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e
dependência emocional - com o propósito de promover mais entendimento sobre
esses temas e de incentivar as mulheres a se amarem e valorizarem cada vez
mais.