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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Primeiros sinais do Alzheimer podem passar despercebidos; saiba identificá-los

Alterações de memória, linguagem e orientação podem ser confundidas com envelhecimento normal, atrasando o diagnóstico e o início dos cuidados

 

Esquecer onde colocou as chaves, confundir os nomes dos netos ou repetir histórias contadas dezenas de vezes são rotina para os avós de qualquer um. Esses esquecimentos, muitas vezes, fazem parte do envelhecimento normal. Mas quando se tornam frequentes e vêm acompanhados de outros sinais, pode ser hora de prestar mais atenção. 

A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência. Ela provoca alterações no cérebro que afetam a memória, o raciocínio e o comportamento, podendo evoluir a ponto de dificultar até mesmo as tarefas simples do dia a dia1. No entanto, segundo o neurologista Antônio Eduardo Damin, médico consultor da Libbs, a semelhança entre sintomas iniciais do Alzheimer e comportamentos normais decorrentes do envelhecimento dificultam o diagnóstico da doença em tempo oportuno, ou seja, nas fases iniciais. 

“Quanto mais cedo é feito o diagnóstico correto, maior é a possibilidade do paciente e a família planejarem os cuidados e se preparem para enfrentar a doença, garantindo um acompanhamento médico e emocional mais adequado, além do tratamento correto”, explica. 

As causas diretas do Alzheimer ainda não são claras, mas essa é uma das principais áreas de pesquisa na medicina. Estudos indicam que duas proteínas estão por trás dos danos cerebrais: a beta-amiloide, que se acumula formando placas, e a Tau, que se acumula formando emaranhados dentro das células nervosas1. 

Embora essas alterações possam acontecer em algumas pessoas à medida que envelhecem, quem desenvolve doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, apresenta uma quantidade maior desses depósitos1. O acúmulo atinge inicialmente as áreas do cérebro responsáveis pela memória e, com o tempo, se espalha, afetando outras funções1. 

Antes mesmo de surgirem os primeiros sintomas do Alzheimer, alterações silenciosas já estão em curso no cérebro. Por exemplo, pesquisas indicam que o acúmulo exagerado das placas e emaranhados das proteínas começam até uma década antes dos primeiros sinais da doença. Esse estágio é conhecido como Alzheimer pré-clínico2. 

Quando os sintomas aparecem, eles variam de pessoa para pessoa. Em geral, os primeiros sinais do Alzheimer envolvem perda de memória recente, como esquecer conversas ou eventos que aconteceram há pouco tempo2. Mas outras áreas cognitivas também podem ser afetadas nesse início, levando a dificuldades para encontrar palavras, compreender imagens, tomar decisões e até se orientar no tempo e no espaço2,3. 

Com o avanço da doença, o paciente tem cada vez mais dificuldade em entender o mundo ao seu redor. Os sinais da doença ficam mais reconhecíveis para amigos e familiares2 e surgem sintomas mais marcantes, como confusão mental e desorientação, comportamento repetitivo ou impulsivo, delírios, desconfiança, problemas de linguagem, alterações no sono e no humor, dificuldade para calcular distâncias e até alucinações3. Nessa fase moderada, supervisão e cuidados mais intensivos podem se tornar indispensáveis2. 

Na fase mais grave do Alzheimer, os sintomas se tornam cada vez mais acentuados, podendo causar angústia para a pessoa com a doença e para seus cuidadores, amigos e familiares2,3. Nessa fase, é comum ter perda da comunicação verbal, desorientação total, perda de peso e apetite, crises epilépticas, deterioração física geral, dificuldade para engolir, incontinência, e sono excessivo2,3. 

Entre os sintomas mais desafiadores estão as alucinações e delírios, que podem aparecer e desaparecer a qualquer momento, piorando à medida que a condição avança³. Além disso, os pacientes perdem a capacidade de responder ao ambiente, de manter uma conversa e, eventualmente, de controlar os movimentos4. 

Se você ou alguém próximo apresentar um ou mais dos sintomas mencionados, é fundamental buscar orientação médica. Abordar essas mudanças pode ser desafiador ou desconfortável, mas é crucial que recebam a devida atenção4. “Mesmo que ainda não afetem a rotina, os sinais não devem ser ignorados. Quanto antes o diagnóstico correto é efetivado, melhores são as possibilidades para o bem-estar do paciente e de seus familiares”, reforça Damin.

 

Referências: 

1. Valdez-Gaxiola CA, Rosales-Leycegui F, Gaxiola-Rubio A, Moreno-Ortiz JM, Figuera LE. Early- and Late-Onset Alzheimer's Disease: Two Sides of the Same Coin? Diseases. 2024;12(6):110. 

2. National Institute on Aging. What Are the Signs of Alzheimer's Disease? 2022 [Internet]. [acesso em 18 ago 2025]. Disponível em: https://www.nia.nih.gov/health/alzheimerssymptoms-and-diagnosis/what-are-signs-alzheimers-disease 

3. National Health Service (NHS). Symptoms- Alzheimer's disease. 2024 [Internet]. [acesso em 18 ago 2025]. Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/alzheimers-disease/symptoms/ 

4. Alzheimer's Association. 10 Early Signs and Symptoms of Alzheimer's and Dementia. 2025 [Internet]. [acesso em 18 ago 2025]. Disponível em: https://www-alzorg.translate.goog/alzheimersdementia/10_signs?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt&_x_tr_pto=tc

 


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