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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Férias escolares ampliam uso das áreas comuns e acendem alerta para acidentes infantis em condomínios

 

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Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) destaca medidas para reduzir riscos e garantir um período de descanso e diversão seguros 

 

Com as férias escolares, os condomínios registram um aumento significativo na circulação de crianças em áreas comuns como piscinas, playgrounds, quadras e salões de jogos. O movimento, que costuma trazer mais vida aos espaços, também exige atenção redobrada para evitar acidentes, especialmente aqueles que envolvem quedas, afogamentos e uso inadequado de brinquedos e estruturas. 

O presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), Omar Anauate, destaca que o momento pede planejamento e comunicação clara entre gestão condominial e moradores. “As férias intensificam a ocupação das áreas comuns, e isso naturalmente eleva o risco de acidentes. A prevenção passa por regras bem estabelecidas, manutenção em dia e, principalmente, supervisão constante dos responsáveis”, afirma. 

Nas piscinas, a atenção deve ser máxima. “É essencial reforçar as normas de uso, como presença obrigatória de um adulto responsável e proibição de brincadeiras de risco. Condomínios devem verificar grades, pisos antiderrapantes e equipamentos de segurança”, fala. 

Outros pontos a se atentar são a realização de revisão de bombas, filtros e ralos; treinamento básico para funcionários para agir em situações de risco e acidente; fixação de placas visíveis com regras de uso; instalação de travas de acesso para impedir que crianças entrem desacompanhadas. 

Ainda nesse contexto, o cuidado com a parte elétrica é mais um ponto sensível. Neste ano, uma criança morreu após encostar em um conjunto de fios desencapados perto da casa de máquinas da piscina, quando brincava em um condomínio em São Paulo. “O caso reforça a importância de manter casas de máquinas sempre trancadas, impedir o acesso de crianças a áreas técnicas e garantir que toda a instalação elétrica seja inspecionada periodicamente por profissionais habilitados”, salienta. 

No playground, com o uso mais intenso nesse período, a checagem estrutural é indispensável, uma vez que os desgastes ficam mais evidentes. “Estruturas soltas, parafusos expostos e pisos inadequados são causas recorrentes de quedas e machucados. O condomínio deve fazer inspeções mais frequentes neste período”, orienta Anauate. O cuidado também deve se estender ao uso de bicicletas, patinetes e brinquedos sobre rodas, que podem gerar colisões em garagens e corredores. “O condomínio deve reforçar em comunicados os locais permitidos e a necessidade de supervisão quando crianças estiverem circulando”, diz. 

Nos elevadores, também um dos pontos mais sensíveis desta época, a recomendação é que crianças nunca utilizem o equipamento desacompanhadas. Brincadeiras dentro da cabine, correr para entrar antes do fechamento da porta ou tentar segurá-la manualmente são atitudes que podem causar acidentes graves. “O condomínio pode reforçar orientações por meio de comunicados e avisos, lembrando que o elevador é um equipamento que exige uso responsável e vigilância constante”, frisa. 

A portaria, que enfrenta movimento ampliado com o aumento de visitantes e prestadores de serviços, exige rigor nos protocolos de identificação para evitar liberações indevidas e garantir que crianças não circulem desacompanhadas nas áreas de acesso. “E, como o período tende a elevar o nível de ruído nas áreas internas e externas, vale reforçar regras de convivência e horários de silêncio”, lembra. 

Dentro das unidades, a manutenção das telas de proteção em janelas e sacadas é essencial, principalmente em apartamentos altos. Além disso, o condomínio pode reforçar campanhas contra o arremesso de objetos pelas janelas, prática que costuma aumentar com mais crianças em casa e representa grave risco aos moradores.

 

Papel do síndico e dos moradores 

Tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que prevê multa de cinco a 20 salários mínimos para quem deixar criança menor de 12 anos sem supervisão em veículos, coberturas ou espaços de uso comum em condomínios, como piscinas e elevadores. A regra é inserida no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Pela proposta, também poderá ser multado o síndico que não afixar em local visível as informações sobre as faixas etárias e condições de uso dos bens e espaços de uso comum (multa de três a 10 salários). 

Enquanto o PL segue em tramitação, o presidente da AABIC pontua que o sucesso das medidas preventivas depende da corresponsabilidade: “Não existe segurança plena sem a participação das famílias. A supervisão de um adulto é sempre o fator mais decisivo para evitar acidentes”. 

O síndico, por sua vez, pode reforçar boas práticas por meio de comunicados, cartazes e campanhas internas. “Uma comunicação simples, direta e contínua faz toda a diferença. Férias são período de alegria e cabe ao condomínio garantir que também sejam seguras”, finaliza.

  

Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo - AABIC


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