Artefato muito utilizado nas festas de fim de ano trazem sérios riscos com manuseio inadequado; Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão alerta que queimaduras, fraturas e amputações estão entre os acidentes mais comuns
Com a
chegada das festas de fim de ano, fogos de artifício se tornam presença
garantida nas comemorações de Natal e, principalmente, no Réveillon. O que
quase nunca entra na contagem regressiva são os riscos escondidos por trás
desse costume tão tradicional. Queimaduras graves nas mãos e nos dedos, lesões
com sequelas permanentes estão entre os acontecimentos mais comuns em acidentes
envolvendo esses artefatos, muitas vezes por falta de proteção ou pelo manuseio
inadequado dos explosivos.
Dados do Ministério da Saúde mostram a demanda nos serviços ambulatoriais do
SUS nos últimos anos, relacionados à questão. Entre queimaduras e lesões
provocadas pelo manuseio inadequado, foram contabilizados 103 atendimentos em
2020, 195 em 2021, 282 em 2022, 97 em 2023 e 162 em 2024. Quando os ferimentos
são mais graves, o atendimento acaba evoluindo para internação hospitalar, e os
números também preocupam. Foram 347 internações em 2020, 339 em 2021, 372 em
2022, 348 em 2023 e 377 em 2024. Nesse cenário, Bahia, São Paulo e Minas Gerais
foram os estados com maior volume de casos, reunindo pacientes que precisaram
enfrentar longos períodos de tratamento, reabilitação e possíveis sequelas
permanentes.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Dr. Rui Barros, ressalta que a diversão só é segura quando a prevenção vem em primeiro lugar. “Fogos de artifício não são brinquedo e não devem, em hipótese alguma, ser manipulados por crianças e nem próximo delas. Mesmo entre adultos, é essencial seguir todas as instruções do fabricante: acender os fogos longe do corpo, nunca reaproveitar aqueles que falharam, manter distância após o disparo e jamais improvisar com recipientes caseiros”, lista. “A maioria das lesões graves que chegam aos hospitais poderia ser evitada com ações simples. Quando um foguete explode próximo às mãos, o risco de fraturas, queimaduras profundas, amputações e sequelas permanentes é muito alto”, completa.
Além
das lesões graves, os acidentes com fogos também podem levar a óbito.
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), no Brasil, a
situação resultou em 5 mortes em 2020, 13 em 2021, 16 em 2022, 12 em 2023 e 16
em 2024.
“Quando
um acidente com fogos de artifício acontece, o atendimento rápido com um
especialista é fundamental para reduzir danos e preservar a função das mãos.
Mas a melhor forma de evitar sequelas é impedir que o acidente aconteça, e isso
começa com informação, cautela e respeito ao uso seguro dos fogos”, conclui.
SBCM - Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão

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