O excesso de
tarefas e a pressão por resultados fazem crescer os casos de exaustão emocional
e especialistas explicam como reconhecer os sinais e recuperar o equilíbrio
Pesquisas recentes mostram que o nível de estresse
aumenta cerca de 75% entre novembro e dezembro, segundo levantamento da
Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM). As causas mais citadas são a
sobrecarga de trabalho, as metas acumuladas e as demandas sociais típicas do
período. O Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), continua entre
os países com maior prevalência de transtornos de ansiedade, com cerca de 9,3%
da população afetada, o equivalente a mais de 19 milhões de pessoas.
O cenário de esgotamento mental vem se agravando, e
especialistas alertam que nem todo cansaço é físico. Para o psicólogo Jair Soares dos
Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de
Terapeutas (IBFT) e doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO), na
Argentina, a chamada exaustão emocional é resultado do acúmulo de sobrecargas
não processadas.
“A fadiga física melhora com repouso; a exaustão
emocional, não. É o corpo dizendo que a mente já não consegue mais sustentar o
ritmo. O descanso existe, mas não restaura”, explica Soares.
Diferença entre fadiga física
e exaustão emocional
A fadiga física está relacionada ao esforço
muscular e ao gasto energético natural do corpo. O repouso, a alimentação
equilibrada e o sono costumam ser suficientes para a recuperação. Já a exaustão
emocional ocorre quando o sistema nervoso entra em colapso após longos períodos
de alerta e tensão.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
trabalhadores brasileiros relatam altos níveis de estresse e sintomas como
insônia, irritabilidade, ansiedade e sensação persistente de esgotamento. Ainda
que a pesquisa não estabeleça percentuais nacionais consolidados, as evidências
apontam para um padrão crescente de fadiga emocional nas últimas décadas.
Sinais de colapso que costumam
ser ignorados
Os sintomas de exaustão costumam ser confundidos
com o simples cansaço. Entre os mais comuns estão dores de cabeça, lapsos de
memória, distúrbios do sono, queda de imunidade, irritabilidade e apatia.
“Muitas pessoas continuam funcionando, mas sem presença real. Elas seguem no
automático, com o corpo presente e a mente ausente”, observa Soares.
A Organização Mundial da Saúde reconhece o burnout
como um fenômeno ocupacional, não uma doença. A síndrome passou a constar
oficialmente na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) em 2025, o que
reforça a necessidade de políticas de prevenção e cuidado psicológico dentro
das empresas.
Por que o corpo reage antes da
mente
Estudos da Yale University, publicados na revista
Nature Human Behaviour, demonstram que os circuitos neurais ligados à percepção
de ameaça, especialmente o sistema límbico e o córtex pré-frontal medial, podem
reagir antes da consciência plena. Em outras palavras, o corpo fala o que a
mente ainda não entendeu.
“Quando as emoções não são processadas, o corpo
assume o papel de mensageiro. Ele expressa, por meio de sintomas, aquilo que
foi reprimido emocionalmente”, explica o psicólogo. Essa leitura, segundo
Soares, é essencial para evitar que o corpo se torne o campo de manifestação de
sobrecargas antigas.
A TRG e a recuperação da
energia emocional
A Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG),
desenvolvida por Jair Soares e aplicada por terapeutas formados pelo IBFT,
propõe um método de reorganização emocional por meio do reprocessamento de
memórias. O processo não exige verbalização prolongada, o que o autor considera
favorável para pacientes com dificuldade em expressar o que sentem.
“A TRG atua de forma silenciosa e profunda,
permitindo que o sistema emocional reorganize registros internos que drenam
energia. Quando o corpo compreende que aquela dor já não é atual, ele volta a
relaxar”, explica Soares.
Caminhos possíveis para
desacelerar
Especialistas recomendam medidas práticas para
evitar o colapso emocional: reconhecer os limites pessoais, respeitar pausas,
reduzir o consumo de telas antes de dormir e evitar sobrecargas de fim de ano.
Técnicas simples de respiração e caminhadas leves também contribuem para
restaurar a atenção ao corpo.
“O descanso não é luxo, é necessidade biológica e
emocional”, conclui Soares. “Quando o corpo pede pausa e insistimos em continuar,
estamos ignorando o nosso alarme interno. E ele sempre volta a tocar, mais
alto.”
Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas - IBFT
Para mais informações, visite o site ou o Instagram.
Jair Soares dos Santos - psicólogo, terapeuta, hipnólogo, pesquisador e professor, além de ser o fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT). Criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), sua trajetória é marcada por desafios pessoais que o motivaram a buscar soluções eficazes para o sofrimento emocional. Após enfrentar episódios de depressão e insatisfação com abordagens terapêuticas tradicionais, Jair dedicou-se ao desenvolvimento de uma metodologia que pudesse proporcionar alívio real e duradouro aos pacientes. Sua formação inclui graduação em Psicologia pela Faculdade Integrada do Recife e especializações em áreas como hipnoterapia e análise comportamental. Atualmente é doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO) na Argentina, onde desenvolve uma pesquisa com a TRG em pessoas com depressão e ansiedade, alcançando resultados promissores com a remissão dos sintomas nestes participantes. Há mais dois doutorados com a TRG a serem desenvolvidos neste momento.
Para mais informações, visite o Instagram
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