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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Câncer de Próstata: Tratamento Gera Alto Impacto Financeiro

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Levantamento da Planisa revela que o custo médio por internação cirúrgica pode chegar a R$ 11 mil

 

O câncer de próstata é o segundo mais prevalente em valores absolutos, considerando ambos os sexos. No cenário mundial, é também a segunda neoplasia mais frequente, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. 

Desta forma, o câncer de próstata é hoje um dos maiores desafios da saúde masculina no Brasil, não apenas pela alta incidência - mais de 70 mil novos casos anuais, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), mas também pelo elevado custo de tratamento e impacto crescente sobre o orçamento hospitalar. Globalmente foram registrados em 2020 cerca de 1,4 milhão de novos casos. 

Levantamento inédito da Planisa (consultoria especializada em custo hospitalar), com base em dados de hospitais públicos, privados e filantrópicos, mostrou que o tratamento da doença envolve valores médios entre R$ 8,5 mil e R$ 10,7 mil por internação, dependendo da natureza jurídica da Instituição, além de outros custos expressivos com terapias, exames, consultas, medicamentos e acompanhamento ambulatorial. 

De acordo com o estudo, o custo médio por paciente internado cirúrgico e o tempo médio de permanência variaram significativamente entre os diferentes tipos de natureza jurídica no primeiro semestre de 2025:

 

Detalhes por Tipo de Instituição

 

Hospitais Privados Sem Fins Lucrativos (Filantrópicos): 

Apresentaram o custo médio mais alto, fixado em R$ 10.739. 

Tiveram também o maior tempo médio de permanência, de 2,7 dias.

 

Hospitais Privados Com Fins Lucrativos: 

Registraram o custo médio mais baixo, de R$ 8.560. 

Alcançaram a menor média de permanência, de 1,7 dias.

 

Hospitais Geridos por Organizações Sociais de Saúde (OSS): 

Tiveram custos intermediários, com média de R$ 9.992. 

O tempo médio de permanência foi de 2,4 dias. 

Observa-se uma alta correlação (r = 0,99) entre o custo médio por paciente e o tempo médio de permanência no hospital. 

Conforme o Diretor de Serviços da Planisa, Marcelo Carnielo, a eficiência no uso do leito é o fator determinante para a diminuição dos custos hospitalares. 

A prostatectomia radical é considerada o padrão ouro para o tratamento do câncer de próstata. 

Os custos da prostatectomia variam de acordo com a técnica cirúrgica utilizada: aberta, laparoscópica ou assistida por robô. A modalidade robótica gera debate, principalmente por elevar significativamente o custo total da cirurgia. Contudo, espera-se que esse custo diminua no longo prazo, afirma o diretor de Serviços da Planisa e especialista em custos hospitalares, Marcelo Carnielo. 

O custo médio da prostatectomia independente da técnica foi de R$ 10.552, com média de permanência de 3,8 dias, no primeiro semestre de 2025. 

O diagnóstico precoce é economicamente mais vantajoso: o custo do tratamento de pacientes em estágio avançado é consideravelmente maior. Por isso, é crucial adotar uma visão transversal do paciente, abandonando a abordagem baseada apenas em episódios. Segundo o Diretor de Serviços da Planisa, o cuidado contínuo é o fator chave para, simultaneamente, aumentar a satisfação do usuário e reduzir os custos. 

Para Carnielo, a sustentabilidade do cuidado em oncologia depende cada vez mais de uma visão integrada entre gestão clínica e gestão financeira. “O desafio não é apenas reduzir custos, mas investir de forma inteligente. É entender quais etapas do tratamento geram real valor ao paciente, quais podem ser otimizadas e quais podem ser eliminados. 

Além disso, a detecção precoce, um dos alertas da campanha Novembro Azul, é fundamental no tratamento.

"Mais do que uma questão de economia para o sistema de saúde, o diagnóstico precoce representa qualidade de vida e tempo. Quando o homem busca o cuidado preventivo, ele está investindo em si mesmo, em sua família e em um futuro mais saudável", conclui Carnielo.


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