Mais de 80% dos
adolescentes não praticam atividade física com regularidade, segundo estudo da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Preparamos um guia prático com quatro dicas
para ajudar a transformar a rotina com pequenas atitudes
Especialistas apontam fase entre os 12 e 18 anos como
determinante para consolidar hábitos saudáveis
Envato
Menos de 20% dos adolescentes praticam atividade
física regularmente. Essa constatação, feita em pesquisa da Organização Mundial
da Saúde (OMS) acende um alerta para gestores de saúde pública, já que a
prática regular previne a obesidade e diversos problemas associados ao
sedentarismo. De acordo com o coordenador da UPX Sports (complexo poliesportivo
localizado dentro da Universidade Positivo), Zair Cândido, é entre os 12 e 18
anos, fase em que o corpo ainda está em desenvolvimento, que se consolidam os hábitos
saudáveis levados para a vida adulta.
Mesmo com o excesso de telas, Cândido destaca que é
possível encontrar esportes prazerosos e adequados à faixa etária. Ele aponta
quatro pilares fundamentais para quem pretende começar uma rotina de atividade
física na adolescência.
1. Quantidade de exercício
recomendada
Segundo a OMS, os jovens devem praticar, em média,
60 minutos de atividade física por dia, de preferência exercícios aeróbicos. O
ideal é incorporar essas práticas à rotina de forma gradual, aumentando aos
poucos a frequência, a intensidade e a duração. Também é importante ser
realista e estabelecer metas possíveis de alcançar e superar. “Não adianta
definir objetivos muito longos e inalcançáveis. O ideal é traçar pequenas
metas: começar correndo 5 km, depois pensar em 10 km e, então, em uma meia
maratona, por exemplo. Assim, a pessoa atinge as metas e se mantém motivada”,
explica o coordenador.
A prática de atividade física é multifatorial e
deve ser acompanhada por um profissional, que leve em conta os objetivos, o
biotipo, o condicionamento físico e outros critérios a serem avaliados com
cautela, especialmente quando o jovem ainda não está habituado aos exercícios.
2. Usar a musculação como
aliada
O aumento de força e resistência muscular nessa
fase traz benefícios como o estímulo ao crescimento ósseo e ao amadurecimento
biológico. É fundamental o acompanhamento especializado desde o início, para
definir a frequência, a intensidade dos treinos, os grupos musculares a serem
trabalhados, o número de repetições e as cargas ideais para cada pessoa. Essa
avaliação é essencial, especialmente nessa idade, pois o “estirão da
adolescência” faz com que os ossos cresçam rapidamente, enquanto ligamentos e
tendões ainda estão se adaptando às mudanças. “O controle de carga evita lesões
nesses tecidos compostos por colágeno. Caso contrário, podem surgir problemas
futuros”, reforça Cândido.
3. Preferência por atividades
coletivas
A academia não é o único caminho para abandonar o
sedentarismo. “Hoje, com tantos esportes novos se popularizando, é mais fácil
diversificar e engajar os adolescentes para que se interessem pela atividade
física”, comenta o especialista Ele recomenda escolher exercícios compatíveis
com as preferências de cada praticante, o que aumenta as chances de adesão à
rotina. Atividades coletivas, como dança, vôlei, beach tennis e
corridas em grupo, ajudam a consolidar o hábito ao promover motivação,
socialização e bem-estar mental. “A questão social é crucial, porque incentiva,
cria compromisso com o grupo e estabelece metas. Essa convivência traz uma
motivação maior, e o adolescente passa a se fidelizar à atividade e aos
parceiros”, completa o coordenador da UPX Sports.
4. Escolhas que aumentam o
gasto calórico
Mudanças simples, como usar a escada em vez do
elevador ou caminhar no lugar de utilizar o carro, podem parecer pequenas, mas
trazem grandes benefícios para quem está iniciando uma rotina mais ativa.
“Quanto mais trocas para atividades que aumentem o gasto calórico, maior a
chance de melhorar a performance”, destaca Cândido. O alongamento, muitas vezes
negligenciado, também é fundamental para a funcionalidade no dia a dia. Ele
ajuda a prevenir dores na coluna, favorece a postura correta, amplia a
mobilidade articular e contribui para uma elasticidade muscular.
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