
IMAGEM: ACSP
Arrecadação aumenta ritmo, mas os
gastos do setor público crescem em volume ainda maior, mostram ferramentas das
associações comerciais
O Impostômetro da
Associação Comercial de São Paulo (ACSP), painel eletrônico que estima em tempo
real o montante arrecadado por União, Estados e Municípios, atinge R$ 2
trilhões nesta semana. O valor equivale ao total de impostos, taxas e
contribuições pago pelos brasileiros desde o início do ano até então.
Teoricamente, este seria o
dinheiro disponível pelos entes públicos para investir em serviços à população
e custear a máquina. Mas a matemática não é tão precisa.
Enquanto a arrecadação é
estimada em R$ 2 trilhões, os gastos do setor público, em suas diferentes
esferas governamentais, já totalizaram R$ 2,58 trilhões em igual período,
segundo estimativas do Gasto Brasil, outra
ferramenta das associações comerciais.
Ou seja, os gastos públicos já
superam em mais de R$ 550 bilhões o valor em caixa, e isso acontece mesmo com o
aumento da arrecadação. Os R$ 2 trilhões que serão mostrados pelo Impostômetro
nesta semana só foram alcançados no ano passado no dia 24 de julho.
Em outras palavras, a
arrecadação está acelerando, e isso não é necessariamente ruim. Esse aumento
reflete o aquecimento da economia, uma vez que com mais emprego, mais renda,
mais investimentos e mais empresas faturando, um volume maior de tributos é
pago. Mas, pelo prisma negativo, o aumento da arrecadação também reflete o
impacto da inflação e o aumento da carga tributária pela elevação de alíquotas
e fim de isenções de alguns impostos.
Mesmo assim, o incremento das
receitas não acompanha o ritmo dos gastos públicos. Na esfera Federal, por
exemplo, a estrutura inchada do governo, os supersalários, a ampliação de
benefícios tributários para empresas e programas sociais – independentemente se
necessários ou não - pressionam o orçamento, criando dificuldades para o
cumprimento das metas previstas pelo arcabouço fiscal.
De acordo com a Instituição
Fiscal Independente (IFI) do Senado, a receita primária líquida do governo
central deverá fechar 2025 em 18,3% do PIB, tendendo a cair progressivamente
para 17,7% do PIB ao final de 2035.
Já as despesas primárias deverão
apresentar crescimento paulatino, dos esperados 18,9% do PIB, em 2025, para
20,8% do PIB, em 2032, estabilizando em 20,4% do PIB em 2035.
Redação DC
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