Ministério da Saúde recomenda aplicação da “dose zero” da vacina contra o sarampo em bebês de 6 a 12 meses, em 208 municípios dos estados de Roraima, Amapá, Pará, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina. A professora de medicina da UniMAX orienta sobre os riscos da doença e a importância da imunização precoce
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Diante do reaparecimento do sarampo no Brasil, com casos
confirmados em cinco estados, incluindo dois registrados nesta semana no
Tocantins, o Ministério da Saúde voltou a recomendar a aplicação da chamada
“dose zero” da vacina em bebês de seis meses a menores de um ano. A preocupação
ocorre devido à intensa circulação de pessoas e histórico recente de surtos.
Todas as cidades de Roraima e do Amapá integram as regiões prioritárias, além
de cidades nos estados do Pará, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa
Catarina.
A médica pediatra e professora do curso de Medicina
do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), Dra. Lívia Franco,
reforça que a medida é preventiva e urgente: “O sarampo é uma das doenças
infecciosas mais contagiosas do mundo. E os bebês nessa faixa etária são
justamente os mais vulneráveis a complicações graves. A dose zero é uma
estratégia emergencial capaz de salvar vidas.”
De acordo com nota
técnica publicada no final de maio, o Ministério
da Saúde alerta para o avanço do sarampo nas Américas: até 19 de abril, foram
confirmados 2.325 casos da doença na região, incluindo quatro mortes - um
aumento de mais de 1.000% em relação ao mesmo período de 2024, quando haviam
sido registrados 205 casos. Ao todo, a recomendação da dose zero se destina a
208 cidades.
No Brasil, até 24 de maio, foram notificados 690 casos suspeitos.
Em todo o ano passado, o país somou 2.260 notificações, com o mesmo número de
confirmações. Não há registro de óbitos no país, segundo o ministério.
O que é a “dose zero”?
A dose zero é uma imunização adicional, que não substitui as vacinas de rotina aplicadas aos 12 e 15 meses. Ela está indicada para crianças de 6 meses até 11 meses e 29 dias como forma de proteção precoce em regiões de risco elevado.
A recomendação leva em conta casos confirmados, baixa cobertura vacinal e potencial de entrada do vírus por aeroportos, fronteiras ou áreas com grande fluxo populacional. A Região Metropolitana de Campinas, por reunir todos esses fatores, está entre as regiões que devem aplicar a dose zero com prioridade.
“A proteção da criança começa antes do primeiro ano. É papel dos
profissionais da saúde, dos pais e da comunidade garantir que a vacina chegue a
quem mais precisa”, afirma Dra. Lívia.
Risco real e prevenção possível
O sarampo é uma doença de alta transmissibilidade e pode levar a complicações sérias, como pneumonia, encefalite e até óbito. A única forma de prevenção é a vacinação, que deve ser mantida com altas coberturas em todas as faixas etárias.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, apesar de avanços, o Brasil ainda não atingiu as metas ideais: em 2024, a cobertura da segunda dose foi de apenas 79,8%, quando o recomendado é acima de 95% para a chamada “imunidade de rebanho”.
Além dos bebês, adultos jovens e profissionais da saúde também devem estar com o esquema vacinal completo. Pessoas de até 29 anos precisam de duas doses; de 30 a 59 anos, uma dose é suficiente.
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