Os disruptores endócrinos são substâncias químicas presentes em diversos produtos do nosso cotidiano, incluindo maquiagens, xampus, hidratantes e outros cosméticos de beleza, incluindo aqueles usados por crianças. Já está comprovado pela ciência que essas substâncias podem interferir na idade do início da puberdade, especialmente em meninas.
Entre os
disruptores endócrinos mais conhecidos está o bisfenol A (BPA), por muito tempo
utilizado em plásticos de mamadeiras e outros utensílios do dia a dia. “O
bisfenol A é um dos exemplos mais famosos de disruptor endócrino, pois tem ação
semelhante à de hormônios, especialmente o estrogênio”, explica a
endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.
A recomendação da
especialista é evitar o uso de materiais plásticos para armazenar alimentos,
especialmente quando esses recipientes forem aquecidos ou resfriados, como no
micro-ondas ou no congelador. Mesmo produtos com selo “BPA Free” podem conter
outros componentes prejudiciais. “O ideal é evitar ao máximo o uso de plásticos
para aquecer ou congelar alimentos, pois outros componentes presentes nesses
materiais também podem agir como disruptores endócrinos”, alerta Dra. Lorena.
Além dos
recipientes plásticos, a atenção deve ser redobrada com produtos de uso diário
das crianças, como pasta de dente, xampu, condicionador e hidratante. “É
importante observar os rótulos e evitar produtos que contenham parabenos e
ftalatos, mesmo que esses nomes apareçam apenas no final das palavras. Essa é
uma atitude simples, respaldada por evidências científicas, que pode fazer
diferença na saúde hormonal das crianças”, reforça a endocrinologista.
A Dra. Lorena
Amato ressalta que, embora essas medidas não garantam totalmente a prevenção da
puberdade precoce, são ferramentas importantes. “Não significa que, ao seguir
todas essas recomendações, a puberdade precoce será evitada, mas é mais uma
estratégia que temos para a prevenção, com respaldo científico”, afirma.
A exposição a disruptores endócrinos é uma realidade diária, seja por meio da poluição, dos alimentos ou dos produtos de higiene e beleza. Por isso, a orientação é buscar sempre produtos mais naturais, com menos corantes e fragrâncias artificiais, especialmente para crianças. “Produtos com excesso de cheiros e cores artificiais não são a melhor opção para os pequenos, pois podem aumentar o risco de alergias, irritações na pele e exposição a substâncias prejudiciais”, conclui a Dra. Lorena.
Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
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