Acidentes com motociclistas exigem atendimentos
complexos e prolongados 
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O Hospital Regional de Campo Maior, sob gestão do Grupo Chavantes, registrou
1.498 atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito envolvendo moto em 2024.
Os casos envolvendo esse tipo de acidente geram impactos no sistema hospitalar,
principalmente devido à gravidade das lesões e à alta demanda por cuidados
intensivos.
Desses
atendimentos, 1.287 referiam-se a pessoas que não utilizavam capacete no
momento da colisão. De janeiro a junho de 2025, já foram 462 registros. Os
acidentes sem capacete continuam sendo os mais críticos, já que os pacientes
geralmente chegam com traumatismos cranianos, lesões neurológicas e fraturas
múltiplas, muitos deles necessitando de cirurgias complexas e internação em
Unidade de Terapia Intensiva.
O
levantamento também apontou 1.248 atendimentos a motociclistas sem carteira de
habilitaçãono ano passado e, no primeiro semestre de 2025, já foram
contabilizadas 479 ocorrências. A habilitação exige formação teórica e prática
sobre direção defensiva e regras de trânsito. A ausência desse preparo pode
estar ligada a comportamentos de risco, elevando a chance de acidentes graves.
Parte
significativa desses casos envolve fraturas. Em 2024, 1.344 apresentaram lesões
do tipo, sendo 491 consideradas graves, 214 com fraturas na cabeça e 277 no
tórax. Pacientes nesse perfil permanecem internados, em média, por 15 dias,
enquanto aqueles sem fratura têm alta após 5 a 6 dias. O tempo prolongado de
internação reduz a rotatividade dos leitos, especialmente no pronto-socorro, e
impacta a programação de cirurgias eletivas, que frequentemente são adiadas por
falta de vagas, comprometendo o atendimento a outros pacientes.
A
maior parte das vítimas continua sendo do sexo masculino, com 1.089 homens e
409 mulheres atendidos em 2024. Nos primeiros seis meses de 2025, foram 436
homens e 165 mulheres. Essa diferença reflete o maior número de homens na
condução de motocicletas, especialmente em atividades profissionais como
entregas e transporte por aplicativo.
Impactos no sistema de saúde
O
alto volume de atendimentos por acidentes de moto, muitos envolvendo condutores
sem qualquer equipamento de segurança, compromete a agilidade no atendimento de
outros pacientes. A demanda por cirurgias, internações prolongadas e o uso
intensivo de equipes e leitos sobrecarregam o pronto-socorro e impactam
diretamente o cuidado com casos que também exigem resposta rápida.
Em
outro aspecto, além da mobilização de equipes médicas e da ocupação de leitos
de terapia intensiva, os atendimentos a acidentados também elevam os custos
operacionais e impactam o planejamento da assistência em outras áreas da
unidade.
“O
uso do capacete reduz drasticamente o risco de morte e de sequelas permanentes
em acidentes com moto. A ausência do equipamento torna os impactos na cabeça
muito mais graves, aumentando a gravidade clínica e a sobrecarga nos serviços
hospitalares. Além disso, estar habilitado é fundamental, pois indica que o
condutor passou por treinamento e conhece as regras de trânsito, contribuindo
para uma condução mais segura e responsável”, afirma Edson Eduardo Pramparo,
diretor do Hospital Regional de Campo Maior.
OSS
(Organização Social de Saúde) Grupo Chavantes
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