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terça-feira, 29 de julho de 2025

Por que a inteligência artificial não substituirá o ser humano no setor de educação?

 

Vivemos uma revolução silenciosa, mas poderosa e definitiva. Pouco a pouco, a inteligência artificial está se integrando ao nosso cotidiano, em aplicativos e plataformas que já fazem parte das ações mais simples do dia. Assistente virtual, aplicativos de mobilidade, redes sociais com algoritmos que entendem nossos gostos, aplicativos e websites de compras que nos indicam produtos que podemos gostar, entre outros. No setor de educação também já é uma realidade. Já é comum encontrarmos alunos que utilizam IA para se organizarem e elaborarem planos de estudo e até professores que as usam como uma ferramenta complementar. Diante desse cenário, uma pergunta parece inevitável: até onde a IA deve ir? E ainda: ela pode substituir o ser humano em áreas essencialmente humanas, como a educação? 

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - Unesco, a IA pode ser uma ferramenta extremamente relevante em personalização de aulas e aprendizagem, resultando em melhoria no desempenho do aluno e no sistema de gestão escolar e análise de dados. 

Não há como negar que sistemas inteligentes são capazes de processar grandes volumes de informações em segundos, se tornando uma ferramenta bastante útil como auxílio e complementação no dia a dia dos professores, por exemplo. Um estudo feito pela empresa de consultoria McKinsey, com mais de 2000 professores dos Estados Unidos, Canadá, Cingapura e Reino Unido, mostra que cerca de 13 horas semanais são gastas com atividades que poderiam ser automatizadas usando tecnologia já existente. O material ainda mostra que as áreas com maior potencial de automação são a preparação das aulas e o tempo com atividades administrativas.

 

Educar necessita sensibilidade e atenção

Educar é muito mais do que apenas passar informações. Educar requer presença, escuta ativa, adaptação emocional, percepção e sensibilidade para entender as nuances de cada aluno individualmente e o que está além do que pode ser visto. Por isso, as aulas em classe são tão importantes para os estudantes, especialmente para os mais novos, a interação humana é insubstituível. Em sala, o professor é, além de tudo, observador, ele nota o silêncio de um aluno, percebe sua insegurança, reconhece seu esforço. O homem entende que por trás de cada aluno há uma história, um contexto, que a IA, por mais avançada que seja, é incapaz de compreender. 

O processo de aprender e ensinar é naturalmente humano. Envolve erros, frustrações, superações, motivações, conquistas, todas sensações ligadas a emoções. Por isso, a IA é incapaz de substituir o professor. 

Mas a tecnologia pode trazer mudanças significativas para esses profissionais, em especial em sua forma de trabalhar. Utilizando menos tempo em determinadas atividades, sobra tempo para se concentrar na educação individual de cada estudante, enriquecendo as jornadas de aprendizado. O relatório Future of Work 2025, do Fórum Econômico Mundial, mostra que as profissões menos substituíveis pela Inteligência Artificial, como os professores, terão cada vez mais relevância na sociedade, sendo cada vez mais valorizada e respeitada. 

Quanto mais avançada se torna a tecnologia, mais valioso se torna o que é humano. Em um mundo onde algoritmos são capazes de produzir mais coisas, serão as qualidades puramente humanas, como empatia, criatividade, poder de compreensão e senso crítico que farão a diferença. 

Em resumo, acredito que o nosso maior desafio, agora e nos próximos anos, é aprender a utilizar a IA com responsabilidade e ética. O futuro da educação passa pela integração equilibrada entre tecnologia e humanidade. Aqueles que incorporarem a IA como aliada estratégica, como solução complementar a presença humana conseguirá se sobressair. Devemos formar alunos para dominar a tecnologia, que terá um futuro utilizando a IA como aliada.

 

Henrique Nóbrega - diretor da Ctrl+Play, franquias de tecnologia e inovação que oferece cursos de robótica e programação para o público a partir de 7 anos. Há 10 anos no mercado, a rede faz parte do grupo educacional CNA+ desde novembro de 2023 e, atualmente, conta com mais de 140 unidades em operação.

 

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