Altos investimentos direcionados a estratégias
sofisticadas, textos persuasivos e campanhas criativas nem sempre se convertem
nos resultados esperados. Essa frustração, bastante comum no mercado, muitas
vezes, não está relacionada à qualidade da execução, mas sim a um elemento
frequentemente negligenciado: os contatos desatualizados.
Mais do que apenas um banco de dados, uma base de
contatos qualificada, viva e confiável é o verdadeiro alicerce de qualquer
campanha corporativa bem-sucedida. Ignorar esse ponto pode comprometer não
apenas a entrega das ações, mas também o relacionamento com o público-alvo e,
por consequência, o retorno sobre o investimento (ROI).
Gestores e tomadores de decisão reconhecem o valor
dos dados como fonte para ações estratégicas. No entanto, de nada adianta ter
um grande volume de informações se não há garantia de que esses dados são
verdadeiros, válidos e atualizados. Segundo estudo da Validity, 75% dos
entrevistados afirmam que abordagens baseadas em dados imprecisos ou
desatualizados levam à perda de clientes e dificultam a mensuração real dos
resultados das ações.
O problema vai além de cadastros incompletos ou
erros de digitação. O verdadeiro gargalo está na falta de acompanhamento da
jornada de comunicação. Muitos contatos retornam ao ciclo de relacionamento
após um período de inatividade, mas por outros números ou canais. Não
reconhecer esse padrão impede a empresa de ajustar suas ações em tempo real e
compromete o aproveitamento de oportunidades. Sem uma estrutura de validação
contínua e sem a devida integração entre as bases e os canais que consomem os
dados, a base rapidamente se torna obsoleta — ainda que aparentemente volumosa.
A ausência de governança sobre os dados e a falta
de mecanismos que priorizem o número certo para cada CPF geram impactos
diretos: campanhas mal direcionadas, tentativas ineficazes, desperdício de
verba, retrabalho operacional, perda de performance e, em casos mais sensíveis,
desgaste na relação com o cliente por insistência em contatos errados ou
repetidos.
Além disso, a falta de inteligência sobre o
comportamento de retorno — como e quando o cliente volta a se engajar — impede
a construção de estratégias de reaproximação mais eficazes. O resultado é uma
operação que tenta, sem critério, múltiplos números para o mesmo CPF,
consumindo recursos, tempo de equipe e correndo riscos legais, como violações à
LGPD por contatos indevidos.
Apesar de parecer um problema complexo, esse
cenário pode ser revertido com metodologias que priorizam o uso inteligente dos
dados. A chave está em direcionar os esforços para o número validado, com maior
probabilidade de resposta e alinhado ao histórico de relacionamento com aquele
CPF. Ter uma base enriquecida, atualizada e estrategicamente construída é
essencial para garantir que a mensagem chegue a quem realmente importa — no
telefone certo, pelo canal certo, no momento certo.
Nesse contexto, a tecnologia desempenha um papel
central, não apenas como ferramenta de validação pontual, mas como parte de uma
estrutura contínua de relacionamento. Modelos baseados em inferência e
comportamento, aliados a um sistema de retroalimentação diária, tornam a base
de contatos um ativo vivo — capaz de aprender com os dados e melhorar
continuamente.
Mais do que identificar se um número está ativo, é
fundamental reconhecer qual contato tem maior potencial de gerar resultado.
Isso significa reduzir tentativas, aumentar a taxa de efetividade, proteger a
imagem da marca e oferecer uma experiência mais relevante ao cliente.
O uso de camadas de decisão orientadas por dados é
o que diferencia operações de alto desempenho daquelas que apenas disparam para
todos. Por isso, é fundamental que as empresas adotem modelos que não apenas
limpem os dados, mas que aprendam com eles. O que funcionou? Quando funcionou?
E o que pode funcionar de novo?
Tratar a base de contatos como um ativo estratégico
— integrando fontes externas, comportamento histórico, validação de operadora e
preferências de canal — é o caminho mais seguro para gerar valor real. Afinal,
ninguém gosta de ser impactado por uma comunicação que não faz sentido para seu
momento ou perfil. E da mesma forma que o excesso de tentativas prejudica o
cliente, também prejudica a empresa.
Evitar esse tipo de desgaste exige consistência,
inteligência e estrutura. Uma base viva é aquela que evolui com o tempo, que se
adapta ao comportamento do cliente e que entrega valor tanto para quem envia
quanto para quem recebe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário