Oscilações térmicas, baixa ingestão de líquidos e menor mobilidade podem mascarar sinais de insuficiência venosa e adiar o início do tratamento
Mesmo com temperaturas mais baixas, o inverno está
longe de ser um período de alívio para quem convive com varizes. A estação é
marcada por fatores que agravam os sintomas da insuficiência venosa crônica,
condição que afeta 47,6% da população adulta brasileira, segundo a Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ).
Oscilações bruscas de temperatura, ar seco e redução na ingestão de água
comprometem a circulação sanguínea e tornam os sinais mais silenciosos, o que
pode retardar o diagnóstico e o início do tratamento adequado.
A cirurgiã vascular Camila Kill, mestre em cirurgia
pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e CEO da rede de clínicas
Vascularte, afirma que a
combinação de calor súbito durante o dia, banhos muito quentes à noite e menor
mobilidade corporal cria um ambiente propício à piora da saúde vascular, mesmo
que a sensação de dor e inchaço pareça menor.
A médica observa que o frio provoca a contração dos
vasos, o que reduz momentaneamente o desconforto. No entanto, isso pode levar à
falsa impressão de melhora. “O inverno mascara os sintomas e engana quem já
deveria estar em tratamento. Os sinais de alerta seguem presentes, como peso
nas pernas, formigamento, veias azuladas e cansaço recorrente”, explica.
Segundo Camila, o inverno é o
momento ideal para realizar um check-up vascular e iniciar o tratamento. “É uma
estação que favorece o uso de meias de compressão, facilita a recuperação e
permite que o paciente alcance melhores resultados até o verão”, pontua.
Especialistas recomendam que, mesmo sem dor intensa, os cuidados sejam mantidos
ao longo de todo o ano.
Apesar da aparência ser um dos principais
motivadores de busca por tratamento, especialistas alertam que as varizes nem
sempre são o primeiro sinal de insuficiência venosa. Em muitos casos, a doença
já está em estágio avançado antes mesmo da manifestação visível na pele. “O
ideal é não esperar por sintomas mais evidentes. Muitas vezes, o refluxo venoso
já está instalado antes mesmo de as varizes se tornarem visíveis”, alerta a
especialista.
A procura por soluções menos invasivas tem
contribuído para a adesão aos tratamentos vasculares. Procedimentos como o
endolaser, por exemplo, dispensam cortes e internação hospitalar. “O paciente
realiza o procedimento na clínica, com anestesia local, e recebe alta no mesmo
dia. Isso torna o tratamento mais acessível e menos traumático”, detalha
Camila.
A cirurgiã reforça que o cuidado com as varizes não
pode se restringir à estética. Sem acompanhamento médico adequado, a doença
pode evoluir para quadros como trombose venosa, flebites ou úlceras de difícil
cicatrização. “É um erro comum associar as varizes a um problema estético.
Trata-se de uma doença vascular crônica, que exige acompanhamento contínuo e,
muitas vezes, por toda a vida”, finaliza a médica.
Confira a seguir uma lista elaborada pela médica
angiologista Camila Kill com práticas recomendadas para preservar a circulação
sanguínea durante o inverno:
- Mantenha
a hidratação regular
A diminuição da sensação de sede durante o frio pode reduzir a ingestão de líquidos, tornando o sangue mais viscoso e dificultando o retorno venoso.
- Evite
banhos muito quentes e prolongados
A exposição prolongada ao calor dilata os vasos e favorece o inchaço nas extremidades.
- Inclua
atividades físicas leves na rotina
Caminhadas e alongamentos ativam a musculatura da panturrilha, essencial à circulação de retorno.
- Considere
o uso de meias de compressão
Mesmo na ausência de sintomas, as meias ajudam a manter o fluxo adequado e podem prevenir a evolução de quadros circulatórios.
- Observe
sinais sutis de alteração vascular
Sintomas como formigamento, coceira ou mudanças na coloração da pele podem indicar o agravamento de uma condição pré-existente e devem ser avaliados por um especialista.
Dra. Camila Kill - médica cirurgiã vascular que, desde o início da carreira, dedica-se exclusivamente ao cuidado de pacientes com varizes. É mestre em cirurgia pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. É CEO e fundadora da Lumivie Clinique, clínica especializada em cirurgia plástica e estética localizada em Pelotas (RS), e também da franquia Vascularte, voltada para tratamentos de varizes 100% ambulatoriais e sem cirurgia, com três unidades em funcionamento no Brasil e expansão prevista para 2025. Além disso, é mentora da LMV Club, mentoria voltada para médicos empresários que desejam potencializar suas unidades por meio do desenvolvimento da liderança, gestão e vendas.Cinco cuidados com as pernas no inverno para prevenir sintomas de varizes
Para mais informações, visite o Instagram.
Vascularte
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