Região é uma das que concentra maior número de casos no país
A
campanha Julho Verde, mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e
pescoço, reforça a importância do diagnóstico precoce e da prevenção da doença.
A Região Sudeste aparece como uma das áreas com maior número de casos no
Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), seguida pelas
regiões Sul, Centro-Oeste e Norte.
O
INCA estima que, em 2025, o país registre 39.550 novos casos, sendo 15.100 de
câncer de boca, 7.790 de laringe e 16.660 de tireoide. A maior parte dos casos
afeta homens — especialmente os relacionados à cavidade oral e à laringe —
enquanto os tumores de tireoide são predominantes entre as mulheres.
Apesar
da alta incidência, o dado mais preocupante é a forma como esses tumores têm
sido diagnosticados. Um estudo publicado na revista científica The Lancet
Regional Health - Americas, com base em dados de 2000 a 2017, mostra que
cerca de 80% dos casos são identificados em estágio avançado, o que reduz
drasticamente as chances de cura.
“Esse
é um dos maiores desafios que enfrentamos hoje: o diagnóstico tardio. Quando o
câncer é descoberto em fases iniciais, as possibilidades de tratamento são
muito mais eficazes e as chances de cura são significativamente maiores”,
alerta o oncologista Diocésio Andrade.
Ainda
segundo o médico, quando identificado precocemente, o câncer de cabeça e
pescoço apresenta mais de 70% de chance de cura.
Sintomas e prevenção
Os
principais sintomas incluem feridas na boca que não cicatrizam em duas semanas,
dor de garganta persistente, alterações na voz, nódulos no pescoço, dificuldade
para engolir e manchas incomuns na cavidade oral.
A
prevenção, segundo Diocésio, passa por mudanças simples no estilo de vida:
abandonar o cigarro, evitar o consumo excessivo de álcool, manter uma boa
higiene bucal, usar protetor solar e consultar o médico regularmente.
“Muitas
doenças poderiam ser evitadas com atitudes simples no dia a dia. O câncer de
cabeça e pescoço não foge a essa regra. Cuidar da saúde bucal, parar de fumar e
prestar atenção aos sinais do corpo são atitudes que fazem toda a diferença”,
comenta o oncologista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, esses tumores podem se desenvolver em áreas como boca, orofaringe, laringe (cordas vocais), nariz, seios paranasais, nasofaringe, pescoço, tireoide, couro cabeludo e pele do rosto e do pescoço.
“Precisamos encarar esses números como um chamado à ação, especialmente em regiões com maior incidência, como a nossa, que é o Sudeste. Levar informação de qualidade à população e garantir acesso ao diagnóstico precoce são passos essenciais para mudar essa realidade”, concluiu Diocésio Andrade.
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