Otorrinolaringologista da APM Santos explica como fones de ouvido e shows barulhentos podem causar perda auditiva irreversível, especialmente entre os jovens
Celebrado em 13
de julho, o Dia Mundial do Rock nasceu em homenagem ao icônico festival
beneficente Live Aid, realizado em 1985, que reuniu grandes nomes do rock como
Queen, Led Zeppelin e U2 em shows simultâneos transmitidos para o mundo
inteiro. A data é uma celebração da cultura do rock, mas também pode ser um
momento oportuno para lembrar de um alerta importante: o som alto que embala o
gênero musical favorito de muitos pode trazer sérios danos à saúde auditiva —
e, muitas vezes, de forma silenciosa.
Segundo o
otorrinolaringologista Alexandre Wakil Burzichelli, da Associação Paulista de
Medicina - Regional Santos (APM Santos), a exposição prolongada a volumes
elevados, seja em shows ou com o uso de fones de ouvido, pode comprometer de
forma irreversível as células sensoriais do ouvido interno, conhecidas como
células ciliadas. “Essas células são responsáveis por captar os sons e, quando
danificadas, não se regeneram. O prejuízo pode ser definitivo”, afirma.
Os principais
problemas auditivos causados por essa exposição excessiva incluem perda
auditiva, zumbidos constantes, hipersensibilidade a sons e a clássica sensação
de ouvir, mas não entender, especialmente em ambientes ruidosos. “Mesmo sem dor
ou incômodo imediato, a audição pode estar sendo afetada. O mais perigoso é que
a perda auditiva provocada por sons altos pode ocorrer de forma lenta e só ser
percebida anos depois, quando já está em estágio avançado”, alerta Burzichelli.
Com o avanço da
tecnologia e o uso frequente de fones de ouvido, o problema se intensificou
entre os jovens. Para o especialista, é fundamental seguir a chamada regra
60/60: usar os fones com no máximo 60% do volume máximo e por até 60 minutos
seguidos, sempre com pausas. “Além disso, é melhor optar por fones que isolam o
ruído externo, pois assim o usuário evita aumentar o volume para competir com o
barulho ao redor”, orienta.
Outro cuidado
essencial é com os shows e festivais de música, tão frequentes principalmente
entre o público jovem. Nesses ambientes, o médico recomenda o uso de protetores
auriculares específicos para música, manter distância das caixas de som e fazer
pausas auditivas após longas exposições. “São medidas simples, mas que podem
fazer toda a diferença para preservar a audição a longo prazo”, reforça.
Entre os sinais
de alerta que indicam possível dano à audição estão a dificuldade para entender
conversas, sensação de ouvido tapado, zumbidos persistentes e aumento frequente
do volume da TV ou celular. Diante de qualquer um desses sintomas, é indicado
procurar um otorrinolaringologista.
Neste Dia
Mundial do Rock, a dica é curtir seus artistas favoritos com consciência. Como
diz o próprio especialista: “O rock pode ser eterno, mas a audição não é. E ela
merece o mesmo cuidado que temos com a nossa visão ou com o coração”.
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