Embora tenha tratamento gratuito e eficaz, sua incidência continua
alta no Brasil
Anualmente são detectados no Brasil mais de
80 mil novos casos de tuberculose, sendo a segunda causa de morte por um único
agente infeccioso no país, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Por
ocasião do Dia Mundial da Tuberculose (24 de março), a pneumologista
do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Marice Ashidani, alerta sobre a
gravidade da doença e a preocupação com a sua alta incidência.
“A tuberculose é uma doença
infectocontagiosa, portanto de notificação compulsória, que afeta
principalmente os pulmões, porém pode acometer outros órgãos, como os olhos,
ossos e rins”, explica dra. Marice.
A especialista afirma que as condições
socioeconômicas contribuem para a ocorrência da doença, mas também estão no
grupo de risco, pacientes diabéticos, alcoólatras e imunodeprimidos, como é o
caso dos portadores de HIV, pessoas em tratamento de câncer, os que fazem uso
de medicações com corticoides por períodos prolongados e os renais crônicos.
Tosse persistente por mais de três semanas,
com ou sem catarro; febre baixa e vespertina, e emagrecimento rápido estão
entre os sintomas mais comuns e são um sinal de alerta para procurar o médico.
A tuberculose é transmitida de pessoa para
pessoa pela secreção respiratória contaminada pelo bacilo de Koch, presente na
tosse, no espirro e nas gotículas de saliva expelidas pela fala, que pode ser
inalada pelos contactantes.
Ela alerta que a doença ainda é tomada por
mitos, que não condizem mais com a realidade. “Temos de deixar para trás aquela
ideia de isolar o paciente e separar talheres, copos, pratos e outros objetos
de uso pessoal, porque esses cuidados não são necessários. Inclusive há pessoas
que têm contato próximo com pacientes com tuberculose e não se contaminam. Os
pacientes podem ser tratados em casa e não em dispensários como antigamente”,
orienta a médica.
Descoberta em 1882 pelo bacteriologista
alemão Robert Koch, a tuberculose é uma das doenças mais antigas do
mundo. Um exemplo é que foram encontrados registros datados de 8 mil antes
de Cristo.
Diagnóstico
e tratamento
O diagnóstico é feito por meio de
exame de escarro e raio X de tórax e, uma vez confirmada a doença, toda a
medicação é cedida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dra.
Marice destaca, porém, que um dos grandes problemas é o paciente interromper o
tratamento, que tem duração de seis meses.
“A melhora no quadro geral normalmente acontece bem antes de completados os seis meses, então muitos acham que já estão curados e abandonam o tratamento. Porém o bacilo, quando não é eliminado definitivamente, pode criar resistência, chegando ao ponto de a medicação não fazer mais efeito e a pessoa se tornar um paciente crônico”, enfatiza a pneumologista.
O Seconci-SP conta com pneumologistas e toda a estrutura laboratorial para realizar os exames e fechar o diagnóstico. “Se o resultado for positivo, o paciente é encaminhado para as unidades públicas de referência para fazer o tratamento, seguindo o protocolo determinado pelo Ministério da Saúde”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário