Especialista
explica quais e porquê esses exames são essenciais para a saúde feminina
A celebração do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, reforça a
saúde como uma das áreas essenciais para melhorar a qualidade de vida das
mulheres de qualquer idade ou origem social e econômica. Nesse cenário, as
mulheres seguem liderando a busca por atendimento de saúde, em comparação com
os homens.
Segundo um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Urologia
(SBU), utilizando dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da
Saúde, em 2022, cerca de 370 milhões de atendimentos femininos foram realizados
no ano, ante 312 milhões de atendimentos masculinos nesse período.
"A atenção ao bem-estar feminino vai além da ausência de doenças,
abrangendo o equilíbrio físico, mental e social. As mulheres têm necessidades
específicas de saúde por conta das questões hormonais. Essas necessidades levam
a uma maior procura por serviços de saúde ao longo da vida. Elas também têm uma
expectativa de vida maior do que os homens, o que pode aumentar a preocupação
com a saúde e a busca por cuidados preventivos", comenta Sueli Vieira
Santos, cardiologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
No entanto, um estudo publicado na revista científica The Lancet Public
Health apontou que as mulheres vivem mais, porém, com uma qualidade de vida
inferior aos homens, com condições como depressão, ansiedade, dor lombar e dor
de cabeça. Por isso, Santos separou cinco exames que as mulheres devem sempre
estar em dia para cuidar bem da saúde.
- Papanicolau (Citologia
Oncológica)
O Papanicolau é um exame simples, mas extremamente eficaz. Ele coleta
células do colo do útero para verificar alterações que possam indicar riscos,
como o câncer cervical, além de possíveis infecções, como a causada pelo HPV
(papilomavírus humano). "É recomendável realizá-lo todos os anos para
mulheres a partir dos 25 anos. Após dois resultados normais consecutivos, o
médico pode espaçar os intervalos. O diagnóstico precoce dessas doenças ajuda a
proporcionar um tratamento menos invasivo e maiores chances de cura",
enfatiza a especialista.
- Mamografia
A mamografia é fundamental para a saúde das mamas, principalmente para
mulheres com mais de 40 anos. Este exame, que utiliza raios X, é capaz de
identificar alterações como nódulos, calcificações ou outras condições que
possam ser o início de um câncer de mama, muitas vezes antes mesmo que sejam
percebidas ao toque. Para mulheres com histórico familiar da doença, a
recomendação pode ser iniciar os exames preventivos antes dos 40.
- Ultrassonografia Pélvica ou
Transvaginal
Esse exame é um grande aliado da saúde ginecológica, permitindo a
avaliação detalhada do útero, ovários e trompas de falópio. Ele auxilia na
detecção de cistos, miomas ou outras possíveis condições que podem impactar a
fertilidade e o bem-estar da mulher. "Mulheres em idade fértil, ou com
sintomas como dores pélvicas e alterações menstruais, devem conversar com seus
médicos para saber a frequência ideal de realização do exame. Além disso, ele
desempenha um papel importante no monitoramento de quem já trata condições
pré-existentes", explica a médica.
- Densitometria Óssea
A densitometria óssea é usada para detectar a osteoporose ou identificar
uma perda óssea significativa antes mesmo da ocorrência de fraturas. "Este
exame é especialmente indicado para mulheres com mais de 50 anos ou que estejam
na pós-menopausa, um período que aumenta o risco de fragilidade óssea devido às
alterações hormonais naturais", comenta Sueli Vieira Santos.
- Exame de Sangue Completo
Realizar um hemograma periódico é uma forma simples, mas abrangente, de
avaliar a saúde global. Esse exame permite identificar anemia, processos
inflamatórios, alterações hormonais e metabólicas, como níveis de colesterol e
glicose no sangue. "Ele também pode ser um marcador para doenças crônicas
e merece atenção em todas as idades", finaliza a especialista.
Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
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