Pesquisa inédita acende alerta sobre a necessidade de aplicação da nova regra que coloca a saúde mental dos trabalhadores em foco. Empresas têm até maio de 2025 para se adaptarem à NR-1
Um recente levantamento realizado com exclusividade pela Alper
Seguros, uma das maiores corretoras de seguros do Brasil, por meio do programa
"Trilha da Mente", avaliou sete setores da economia constatando
índices preocupantes de sofrimento psicológico entre os colaboradores dessas
áreas, evidenciando a importância da adequação das empresas no cuidado com a
saúde mental de suas respectivas equipes.
Utilizando o Questionário de Saúde Mental SQR-20 em empresas dos
setores de Concessionárias de rodovias, Agronegócio, Indústria/Equipamentos,
Saúde, Tecnologia, Comércio e Varejo, o levantamento apontou que 31% dos
trabalhadores do Varejo estão em alto risco, podendo apresentar ideações
suicidas, enquanto 46% possivelmente enfrentam algum sofrimento psicológico. No
setor, apenas 17% demonstraram estar mentalmente saudáveis, e 4% apresentam
algum ponto de atenção para a saúde mental.
Os funcionários da Saúde também enfrentam riscos. Dos
entrevistados, 8% demonstraram tendências ao suicídio, enquanto 31% revelaram
vivenciar algum sofrimento mental permanente. Aqueles que apresentam algum
ponto de atenção somam 26%, enquanto 35% estão com a saúde mental em dia.
No setor de Comércio, o cenário é um pouco diferente: 12% vivem em
risco, 25% passam por algum sofrimento mental, 38% têm pontos de atenção e 25%
estão mentalmente saudáveis.
Na outra ponta, 54% dos trabalhadores da Indústria não enfrentam
qualquer problema com sua saúde mental. No setor, apenas 7% demonstraram estar
em alto risco. Entre os trabalhadores de Concessionárias, apenas 5% precisam de
ajuda psicológica imediata, enquanto 35% necessitam de algum acompanhamento e
30% estão saudáveis.
Ainda segundo o levantamento da Alper Seguros, a força de trabalho
das empresas de Tecnologia e do Agronegócio tem um perfil semelhante: menos de
10% necessitam de atenção imediata por estarem em alto risco. Cerca de 20%
estão em algum risco, enquanto mais de 40% demonstram estar psicologicamente
saudáveis.
"Identificamos que certos segmentos empresariais apresentam
maior vulnerabilidade quando se trata de saúde mental, com índices
significativamente acima da média", afirma Paula Gallo, diretora de Gestão
de Riscos e Saúde da Alper Seguros. "Fatores como alta pressão por
resultados, longas jornadas, instabilidade econômica do setor e baixo suporte
organizacional estão diretamente relacionados a esse quadro", avalia
Gallo.
Esse cenário destaca a necessidade de adaptação das empresas à
Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
uma importante aliada na proteção da saúde mental dos trabalhadores
brasileiros. Em agosto de 2024, o Ministério publicou a Portaria nº 1.419, que
atualiza a NR-1 para incluir, pela primeira vez, os riscos psicossociais no
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) ocupacionais. As empresas têm até
maio de 2025 para se adequarem às novas exigências, sob pena de multas, embargos
e interdições.
A NR-1, considerada o "coração" das normas
regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho, estabelece diretrizes
essenciais que devem ser seguidas por empresas de todos os setores e portes.
"Com a nova atualização, além dos tradicionais riscos físicos, químicos,
biológicos e ergonômicos, os fatores psicossociais entram oficialmente no radar
das organizações", explica Paula Gallo.
Com a nova regulamentação, as organizações precisarão implementar
um PGR que inclua também os fatores psicossociais. Na prática, isso significa
que deverão elaborar:
Inventário de Riscos: levantamento detalhado dos fatores de risco, considerando
elementos como carga de trabalho, relações interpessoais e suporte
organizacional;
Plano de Ação: estratégias para reduzir ou eliminar os riscos identificados, com
medidas como adequação da jornada, implementação de canais de denúncia e
treinamento de gestores;
Monitoramento Contínuo: acompanhamento periódico das ações
adotadas;
Registro de Ocorrências: documentação de todos os incidentes
relacionados a riscos psicossociais, incluindo assédio moral e sexual.
"Diferentemente dos riscos físicos, não existem EPIs
(Equipamentos de Proteção Individual) para contextos psicossociais. O que
funciona são ações preventivas, fluxos bem ordenados e mapeamento
individualizado, respeitando tanto a singularidade humana quanto o contexto
laboral", destaca Gallo.
Para auxiliar as empresas nesse processo de adequação, a Alper
Seguros desenvolveu uma consultoria especializada em saúde mental. "Nossa
experiência com o programa 'Trilha da Mente' nos permitiu criar uma metodologia
eficaz para mapear processos e avaliar riscos, ajudando as organizações a
obterem o certificado de empresa promotora de saúde mental", destaca a
diretora.
Os resultados esperados vão além da conformidade legal.
"Empresas que implementam programas efetivos de gestão da saúde mental
observam diminuição do absenteísmo e presenteísmo, redução dos níveis de
estresse, maior satisfação e engajamento no trabalho, melhora do clima
organizacional e impacto positivo na reputação da marca empregadora",
conclui Gallo.
Com o prazo de maio de 2025 se aproximando, especialistas
recomendam que as empresas iniciem o quanto antes o processo de adequação,
evitando a corrida de última hora e, mais importante, contribuindo para um
ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
Para
saber mais sobre o programa Trilha da Mente e as soluções desenvolvidas pela
Alper Seguros para adequação de empresas à NR-1, acesse Link.
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