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sexta-feira, 21 de março de 2025

5 perguntas sobre cannabis medicinal e Síndrome de Down

Antoni Shkraba
Pexels
 

 Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, é momento de conscientização sobre a condição e qualidade de vida de quem convive com ela

 

O Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, tem como principal objetivo reforçar a importância da inclusão e do acesso a tratamentos que contribuam para a qualidade de vida dessas pessoas. A data foi oficialmente reconhecida pela ONU em 2012 e faz referência à trissomia do cromossomo 21, alteração genética responsável pela síndrome.

Considerada a principal causa conhecida de deficiência intelectual, a Síndrome de Down responde por cerca de 25% dos casos de atraso no desenvolvimento cognitivo. No Brasil, a condição afeta aproximadamente uma em cada 700 crianças nascidas, o que equivale a cerca de 270 mil pessoas. 

Nos últimos anos, a cannabis medicinal tem sido estudada como uma alternativa terapêutica para diversas condições de saúde, incluindo a Síndrome de Down. A Dra. Mariana Maciel, diretora médica da farmacêutica canadense Thronus Medical, esclarece algumas questões sobre o uso da planta para esse tipo de tratamento.


1. O uso da cannabis medicinal é seguro para pessoas com Síndrome de Down?

Mariana Maciel: Sim. Mas, como em qualquer tratamento médico, a segurança depende de fatores como a dosagem e as condições individuais de cada paciente. 

Indivíduos com Síndrome de Down podem apresentar maior sensibilidade a determinados medicamentos, tornando essencial o acompanhamento de um médico. Como em todo tratamento com medicação, é fundamental um acompanhamento contínuo de um médico inscrito nos Conselhos de Medicina para garantir a eficácia e a segurança do uso.


2. Quais são os benefícios potenciais?

MM: A cannabis medicinal tem sido estudada por seu potencial no controle da ansiedade, hiperatividade, distúrbios do sono e até no suporte à cognição. O canabidiol (CBD), em especial, é conhecido por suas propriedades calmantes e neuroprotetoras.


3. Existem efeitos colaterais?

MM: Como qualquer medicamento, o uso da cannabis pode gerar efeitos adversos, embora estes habitualmente sejam leves.


4. Como definir a dosagem ideal?

MM: A dosagem deve ser ajustada de maneira individualizada por um médico. A recomendação é iniciar com doses baixas, aumentando gradualmente conforme a resposta do paciente ao tratamento


5. Todos os produtos à base de cannabis têm o mesmo efeito?

MM: Não. A cannabis contém centenas de compostos, sendo os mais conhecidos o tetraidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). O THC possui efeitos psicoativos, enquanto o CBD não altera a percepção. A combinação desses compostos varia de acordo com o produto e influencia seus efeitos terapêuticos.

Mais recentemente, devido ao amplo espectro de atividades biológicas, o CBG ganhou destaque especialmente em tratamento de doenças que requerem farmacoterapia multidirecional. Gerado durante a descarboxilação não enzimática do ácido canabigerólico, é conhecido pelos efeitos analgésicos e antiinflamatórios, propriedades anticonvulsivantes e ansiolíticas.

A cannabis medicinal pode ser uma alternativa eficaz para aliviar diversos sintomas da Síndrome de Down. Com a devida orientação médica, é possível utilizá-la com segurança, sempre com foco na melhora da qualidade de vida do paciente. 

 

Thronus Medical


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