Pesquisar no Blog

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

O anticoncepcional é a cura para a endometriose?

Médico esclarece como o anticoncepcional pode auxiliar no controle da doença

 

A endometriose é uma condição que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, causando dor intensa e impactando significativamente a qualidade de vida. Quando o assunto é tratamento, muitas pacientes têm dúvidas sobre a eficácia dos anticoncepcionais na gestão dessa doença. 

Para esclarecer essas questões, Dr. Patrick Bellelis, ginecologista especializado em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, responde às principais dúvidas relacionadas ao tratamento de endometriose com anticoncepcionais. Confira:

 

O anticoncepcional cura a endometriose?

Embora não curem a endometriose, os contraceptivos podem desempenhar um grande papel no controle dos sintomas. 

Estimulado pelo hormônio estrógeno, o endométrio reveste o útero e se desenvolve todos os meses, preparando o órgão para uma possível gravidez. Quando ela não ocorre, esse resíduo é “descartado” através da menstruação. Na endometriose, esse tecido se forma fora da cavidade uterina, causando desconforto intenso e irregularidades menstruais — e é justamente nesse ponto que os hormônios sintéticos agem. 

“A progesterona presente nos anticoncepcionais age em oposição ao estrógeno. Por isso, os contraceptivos são uma boa ferramenta para reduzir o crescimento e inflamação do endométrio fora do útero, aliviando a dor e, em alguns casos, diminuindo a progressão da doença”, afirma Bellelis.

 

Todos os anticoncepcionais são igualmente eficazes para tratar a endometriose?

Hoje, no mercado, todos os anticoncepcionais têm progesterona em suas fórmulas e podem tratar a endometriose com eficácia. “Algumas vezes, esse método é recomendado para suprimir a menstruação, mas isso não altera a evolução da doença. É comum que optemos pela supressão da menstruação apenas para melhora da qualidade de vida da paciente", explica. 

A escolha da pílula também deve levar em consideração a gravidade dos sintomas e as necessidades individuais.

 

Anticoncepcionais hormonais são seguros a longo prazo para mulheres com endometriose?

Sob a supervisão médica adequada, os anticoncepcionais hormonais são geralmente seguros para uso no longo prazo. No entanto, não são recomendados para mulheres com risco elevado de câncer de mama e trombose. 

“É importante monitorar regularmente a paciente para avaliar a resposta ao tratamento e qualquer efeito colateral potencial. Cada uma pode responder de maneira diferente aos diferentes tipos de anticoncepcionais”, comenta Patrick.

 

Como os anticoncepcionais auxiliam no controle da endometriose?

Ao interromper o ciclo menstrual normal ou reduzir os níveis de estrogênio, os anticoncepcionais podem criar um ambiente menos favorável para o crescimento da endometriose. Além de aliviar a dor e reduzir a progressão da doença, eles ajudam a regular o ciclo menstrual e podem diminuir a formação de novos tecidos endometriais fora do útero. 

“Por mais que os anticoncepcionais não sejam uma cura definitiva para a endometriose, eles são uma ferramenta para o manejo dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida das pacientes. É essencial que mulheres com essa condição discutam suas opções com um ginecologista especializado para encontrar o tratamento mais adequado às suas necessidades”, conclui o médico.

 

 


Clínica Bellelis - Ginecologia


Patrick Bellelis - Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados