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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Como estimular o desenvolvimento da fala nas crianças?

Entenda como a fase do desenvolvimento da fala funciona e como contribuir de maneira assertiva nesse processo  


A fase inicial da vida escolar é um momento crucial para o desenvolvimento da fala das crianças. A interação social em sala de aula, o estímulo adequado em casa e o acompanhamento profissional, por exemplo, são fatores fundamentais para garantir uma evolução saudável na comunicação infantil.   

A Profa. Dra. Betina Sguario Moreschi Antonio, do curso de Fonoaudiologia do UniBrasil, explica como pais e educadores podem contribuir para esse processo. 

 

O papel da família e da sala de aula no desenvolvimento da fala 

 

De acordo com Betina, o ambiente escolar proporciona experiências essenciais para o aprimoramento da comunicação. “As crianças aprendem observando e imitando a forma como os outros falam, adquirindo novas palavras, estruturas gramaticais e maneiras de se comunicar efetivamente”, destaca.  

 

Além disso, a interação com colegas e professores permite que a criança receba um retorno imediato sobre a sua fala, favorecendo a autocorreção e a consolidação de formas corretas de se expressar. 

 

A professora alerta que atividades em grupo também desempenham um papel essencial, pois estimulam o desenvolvimento cognitivo e, consequentemente, as habilidades linguísticas. Com isso, quanto mais as crianças são desafiadas a pensar e se expressar, mais podem avançar no aprendizado da fala.  

 

Outro ponto que colabora significativamente no desenvolvimento da fala é a prática da leitura. A Profa. Dra. Betina destaca que ao lerem para a criança diariamente em casa, os pais podem contribuir para ampliar o vocabulário e ensinar a estruturação correta das palavras.  

 

“Conversar com a criança sobre o seu dia, seus sentimentos e interagir por meio de jogos de palavras, músicas e rimas são formas naturais de incentivá-la a se expressar. Além disso, pequenas atitudes como demonstrar interesse pelo que a elas dizem e valorizar suas conquistas também as encoraja a falar mais”, explica a professora. 

 

Freepik

Sinais de alerta para atrasos na fala  

Entre os sinais que podem indicar dificuldades no desenvolvimento da fala, a formação de frases simples e o avanço do vocabulário são alguns dos principais termômetros, tanto para pais quanto para educadores.  

 

Aos dois anos, a criança deve ser capaz de usar ao menos 50 palavras e começar a formar frases simples. Aos três anos, espera-se que formule frases com três ou mais palavras. Caso isso não ocorra, a Profa. Dra. Betina alerta sobre a importância em se procurar orientação profissional. 


“Para ajudar as crianças a superar a gagueira, por exemplo, os profissionais de fonoaudiologia costumam adotar diferentes estratégias para ajudar ela a lidar com a frustração e o estresse associados à gagueira, criando um ambiente de comunicação seguro e sem pressão. Envolver pais e educadores no processo terapêutico também é uma importante estratégia”, explica.   

 

Dificuldades na pronúncia além dos quatro anos, gagueira excessiva e repetição de sons de forma não natural também merecem atenção especial. 

 

“Algumas trocas de sons são aceitáveis até certa idade, se a criança tem muita dificuldade para pronunciar palavras de forma compreensível até os 4 anos, vale atenção. Se a criança repete sons, sílabas ou palavras de forma excessiva e não natural, pode ser um sinal de gagueira ou outro problema de fluência”, ressalta a professora.  

 

Atenção ao bullying e o suporte para crianças com autismo 

 

Outro aspecto importante é o cuidado com crianças que podem enfrentar dificuldades na fala devido a transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo, por exemplo. Para a professora, o apoio familiar e das escolas é vital à criança autista para garantir que ela tenha o suporte necessário em todos os ambientes. 

 

Por isso, a Profa. Dra. Betina reforça a importância de um plano de intervenção personalizado, que pode incluir o uso de comunicação alternativa por meio de sinais, imagens ou aplicativos. Ela também ressalta sobre a necessidade de conscientização sobre o bullying, pois crianças com dificuldades de fala podem ser alvo de brincadeiras maldosas, afetando seu desenvolvimento emocional e social. 

 

“Crianças que gaguejam ou têm outras disfluências podem, infelizmente, ser alvos de bullying, o que pode agravar suas dificuldades e impactar profundamente seu desenvolvimento emocional e social. Por isso, pais e professores devem estar atentos e promover um ambiente acolhedor e respeitoso para essas crianças”, destaca Betina. 

 

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Como a Fonoaudiologia pode apoiar o aprendizado da fala
  


De acordo com Profa. Dra. Betina, a formação de estudantes de Fonoaudiologia para lidar especificamente com crianças é bastante abrangente e envolve várias estratégias de ensino e aprendizagem. Durante os estágios na Clínica Escola de Fonoaudiologia do UniBrasil, por exemplo, os alunos participam de aulas teóricas e práticas, além de realizarem os atendimentos com a supervisão de um profissional professor qualificado. 

 

No Centro Universitário, os alunos participam de estágios supervisionados desde os primeiros semestres, em clínicas-escola e hospitais vinculados ao UniBrasil, tendo acesso a um currículo alicerçado em ciências básicas, neurociências, linguística, psicologia, entre outras disciplinas essenciais para compreender os processos envolvidos na comunicação humana. 

 

“A formação também inclui o trabalho em equipe interdisciplinar, preparando os estudantes para colaborar com outros profissionais de saúde no cuidado integral das crianças”, complementa Betina.   

 

Além disso, a área de Fonoaudiologia conta com inovações tecnológicas que aprimoram os tratamentos, como aplicativos que utilizam jogos para tornar as terapias mais dinâmicas e a eletromiografia de superfície, que auxilia no tratamento de dificuldades motoras faciais.  

 

“Esses avanços recentes na área de fonoaudiologia são bastante promissores e ajudam a tornar a terapia mais interativa e interessante, especialmente para crianças, aumentando a frequência e a eficácia das sessões”, conclui a Profa. Dra. Betina Sguario Moreschi Antonio. 

 

Com os estímulos adequados e um olhar atento é possível garantir que todas as crianças desenvolvam sua comunicação de maneira saudável, essencial para sua vida escolar e social. 



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