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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Efeito rebote: 5 causas de reganho de peso pós-bariátrica

Pixabay
Indisciplina com as recomendações médicas pode trazer de volta os quilos perdidos 

 

A cirurgia bariátrica é um dos procedimentos que mais crescem no Brasil. Em 2023 foram realizadas 80.441 cirurgias, de acordo com dados da ANS e DATASUS. Além de ser eficaz para o tratamento da obesidade, os resultados conquistados combatem doenças associadas como diabetes tipo 2, câncer e problemas cardiovasculares. No entanto, algo que vem preocupando especialistas no assunto é o efeito rebote, que é quando a pessoa volta a ganhar peso.

De acordo com o Dr. Marcelo Carneiro, cirurgião bariátrico na Obesicenter e médico do reality Quilos Mortais Brasil, o rebote pode ter causa metabólica, em que o próprio organismo não tolera o emagrecimento. “Nesse caso, o paciente tem o efeito inverso e em vez de comer menos, passa a comer mais”, destaca.

A condição metabólica pode ser um fator, mas são os hábitos de vida pós-cirurgia que mais favorecem o reganho de peso. Para saber como ter sucesso no tratamento e o que se deve evitar no processo, acompanhe a lista das principais causas de rebote elencadas pelo médico:

1 - Sedentarismo: a cirurgia facilita a perda de peso, mas é o exercício físico que traz os resultados e fortalece o corpo. A prática regular ajuda a equilibrar o gasto calórico e a manter a massa magra, sendo essencial para o sucesso a longo prazo.

2 - Consumo de alimentos calóricos e ultraprocessados: se voltar a consumir  comidas ultraprocessadas, o paciente aumentará a ingestão de calorias vazias, dificultando a manutenção do peso. Alimentos com alto teor de açúcar e gordura também promoverão o ganho de números na balança.

3 - Ausência de suporte psicológico: a pessoa que passou pela bariátrica precisa mudar a mentalidade. A relação com a comida é complexa e, frequentemente, envolve fatores emocionais. É por isso que o acompanhamento psicológico é tão importante, pois ajuda a entender os gatilhos emocionais e a evitar recaídas. 

4 -  Ingestão de pouca proteína: após a cirurgia, o organismo necessita de mais proteína para manter a massa magra. A carência desse nutriente pode gerar descontrole na saciedade, levando ao consumo excessivo de outros alimentos. 

5 - Falta de consciência sobre o processo: quando atingem o peso desejado, muitos pacientes se distanciam das orientações médicas, esquecendo que a obesidade é uma doença crônica e que a cirurgia exige um comprometimento vitalício. O acompanhamento com o médico especialista no tratamento da obesidade e com o nutricionista deve ser regular.

"A cirurgia é uma ferramenta extremamente eficaz para a perda de peso e melhoria da qualidade de vida, mas para sustentar os resultados é preciso um conjunto de ações que vão além do procedimento", finaliza Dr. Marcelo. 

 

Dr. Marcelo Carneiro - É cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo, especialista no tratamento da obesidade, nutrólogo e diretor da clínica Obesicenter. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), da IFSO – International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders e também médico do reality Quilos Mortais Brasil.



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