Além de mais cometidos, os mais velhos correspondem a cerca de 70% das mortes ocasionadas pelo mal e necessitam tratamento personalizado
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a população idosa corresponde a aproximadamente 60% dos brasileiros com câncer. Além disso, o instituto estima que idosos possuem 11 vezes mais chances de desenvolver a doença do que os mais jovens e correspondem a cerca de 70% das mortes ocasionadas pelo mal. Fatores como o declínio funcional natural do organismo, que reduz a divisão celular e contribui para desajustes nas estruturas das células e do corpo e o acúmulo de maus hábitos durante a vida, como má alimentação, sedentarismo e tabagismo, podem explicar a alta incidência.
Caio Guimarães, médico do Instituto de Câncer de Brasília
(ICB) defende que com a celebração do Dia Mundial do Idoso em outubro, o
elevado número de tumores malignos nesta população também deve ser considerada
na discussão das campanhas da data que não só homenageia os mais velhos como,
principalmente, pretende conscientizar a sociedade sobre as necessidades das
pessoas idosas. O especialista comenta que o câncer de pele não-melanoma é um
dos mais frequentes nesta faixa etária, principalmente pelos vários anos de
exposição ao sol, fator de risco para a doença. “Geralmente, o tumor se
manifesta como manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram, ou como feridas
que demoram a cicatrizar. Idosos de pele, cabelos e olhos claros fazem parte do
principal grupo de risco”, explica.
No caso dos homens, o câncer de
próstata é um dos mais incidentes entre os acima dos 65 anos. Segundo o
Instituto Nacional do Câncer (Inca), essa manifestação é considerada uma doença
da terceira idade, já que 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
“Vale reforçar, porém, que homens acima de 50 anos devem fazer o exame de
próstata todos os anos para detectar precocemente a condição. Não somente neste
caso, recomenda-se que os mais velhos façam exames periódicos e acompanhamento
constante com especialistas”, alerta o médico.
O risco do câncer de mama, que é mais
incidente entre as mulheres (correspondem a 99% dos diagnósticos), também
aumenta conforme a idade. Segundo o Inca, quatro em cada cinco casos ocorrem
após os 50 anos. A entidade estima, porém, que quando detectado precocemente,
em estágio inicial, as chances de recuperação deste mal são de até 95%. “A
Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR),
juntamente com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomendam
mamografias anuais a partir dos 40 anos, ou antes, com indicação médica”,
pontua Caio. “Além disso, uma das principais recomendações é o autoexame. A
observação e palpação da mama em frente ao espelho deve ser realizada com
frequência, alertando para possíveis alterações”, ressalta.
O médico defende que o plano de
tratamento deve ser individualizado e personalizado com base na natureza da
doença, no status fisiológico do paciente e, acima de tudo, deve respeitar as
preferências do paciente. “No ICB, com o corpo clínico composto por mais de 20
especialidades, além da oncologia, promovemos suporte completo e o olhar integral
para a saúde do paciente, diferencial para os idosos que podem precisar de
maior cuidado a depender da fragilidade e de outros quadros em razão da idade.
Também realizamos os principais exames e biópsias voltados para a detecção
precoce e possuímos um centro de infusão para aplicação de quimioterapia e
outros medicamentos”, afirma Guimarães.
Instituto de Câncer de Brasília - ICB
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